Ostras
é
a quarta fase de processos de experiências com resina. Realizada no inicio de
2016, retomei-as para análise e registro fotográfico exatamente três anos
depois.
Se
na fase anterior me interessava a decomposição contínua para resultar na forma
da erosão, neste caso foram usados materiais de prolongada duração, mas que
apresentavam as marcas já da decadência, como pregos, parafusos e outros metais
enferrujados. Também foram usados caroços e conchas (e uma folha), e em alguns
destes casos ainda foram deixadas partes ao contato externo. Já nas duas peças
feitas com pequena parte de peixe (olho e outra) a imersão foi total (do mesmo
período houve outras peças sem o uso das conchas, mas que o peixe teve contato
com o ar, estarão inseridas em outra série). Nove peças tiveram como continente
conchas de ostras. Uma peça teve composição inversa, sendo desenvolvida em
lata, foram as conchas conteúdo da resina, e como utilizei quatro – que conforme
o posicionamento acabou acarretando rachaduras – mas que não aparentaram
nenhuma evolução ou fragilidade desde então.
Cada
peça carrega pela natureza de sua realização, peculiaridades formais com
delicadeza grotesca, com – ainda - alguma condição de impermanência.
As
peças que podem ser designadas como peso de papel trazem a característica
estética da arte suja como elemento de contato. Todas as conchas são oriundas
de uma refeição familiar, assim, além da minha alimentação física, seguem a
natureza e a continuidade como conexões do e para o processo artístico.
Diego Marcell
02/01/2019
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