Angústia
como azia
Abismo
como espelho
Vazio
Solidão
é deserto que arde
Quando
o vazio é minha miragem
O
mundo insiste para eu ser mau
Ele
clama para eu ser mau
Só
a maldade poderá salvar a alma sensível?
Eis
que quanto mais clamo pelo bem
Mais
o mal me cerca
Jesus
no deserto
Quarenta
dias de inundação
Solitária
por um erro da justiça
O
que pesa na balança é mentira
A
química do corpo está rouca
O
grito abafado é tortura das piores
Ei
mundo que clama por devires
Que
chora por ausências
E
que mata por amor
És
o mundo que insiste para minha maldade aflorar
Insiste
para o ódio florescer do nojo
Eu
não estarei mais entre vós
Serei
a eternidade esquecida
Clamo
para ver o rosto do mal
Sem
o esconderijo das máscaras
Eu
não brinco em serviço
Eu
não brinco com o que sinto
Eu
quero socar a cara do abismo
Estilhaçar
minha pele em rubro gotejar
Mas
quero a verdade
Jamais
fui a falácia das massas
Fui
o erro, o erro sim
Mas
a falácia jamais
Fui
o mal, o mal sim,
Como
qualquer mortal
Mas
jamais menti
Fui
a verdade dolorida
Dos
deuses odiados
Fui
o desbravador das matas
E
o andarilho das sombras
E
jamais neguei os rastros
Nem
inventei trilhas
Sou
pura filia
No
cosmo de neikos
Diego
Marcell
23/11/18
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