29.5.19

            Nunca imaginei que minha mãe fosse uma pessoa tão baixa, dessas que joga sujo com o filho porque foi ferida. Mesmo depois do perdão, a arrogância exalou. Mesmo depois de toda a história, o ódio se fez maior. Mesmo depois dos argumentos mais coerentes, só o absurdo infundado foi expresso.
            Ela juntou todos os boatos que ouviu fez uma verdade acabada e declamou aos quatro ventos, que baseado numa soberba – dela não herdada, diga-se de passagem – que eu era o pior ser do mundo e jamais mudaria.
            Escondida atrás da religião, pagando a mensalidade da sua salvação, nunca vi nela o perdão de Cristo, nunca vi o altruísmo, nunca vi o bem gratuito. Mas a vi mandar muitos ao inferno pela fé distinta; vi xingar o que lhe desagradou e ter preconceitos com as diferenças.
            Ironizou que eu ficava no quarto com “meu” Buda, mas ao contrário dela que se esconde atrás de Jesus eu tento caminhar com Buda, com Jesus, com qualquer coisa que me melhore. Eu quero a verdade e não comprar uma verdade que me sacie.
            Enfrentar o medo, não aceitar a fraqueza. Mas a hipocrisia reina e devemos ser uns bostas porque os fracos assim o querem e tudo que nega a segurança da sua ilusão seja tomado à força e jogado no recôndito mais profundo da poderosa mente do homo sapiens, coberto ainda de um distúrbio agressivo que inclusive acusa de agressivo aquele que reage ou apenas tente defender-se, que dirá argumentar.

Diego Marcell

23/04/19

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