25.11.15

Alóctone


            Não sei qual é o meu interesse por livros estranhos, por autores desconhecidos, principalmente se europeus; este ano fui aprender sobre os signos do zodíaco, ainda muito pouco, mas o suficiente para me fazer acreditar ser este o responsável por meu estado, a natureza de alguma forma mandando em nossa artificialidade, assim os platônicos já não podem destinar um a isso outros àquilo, a astrologia já se encarregou disso.
            Ser lacônico, se parecia fatalismo antes hoje parece dádiva, o mesmo ocorre com minha insustentabilidade às relações e afetos e até mesmo às definições. Não ser capaz de desejar o mal não significa desejar o afeto, fato é que meu ascendente parece me dar uma necessidade que a ação de Áries na casa 1 parece negar, ou vice-versa. Digo isso porque as concepções filosóficas parecem pouco importar e rapidamente qualquer norma me entedia; seria eu então um anarquista sem paciência para a anarquia? Acho que sou um hedonista que grita por vergonha e um cético que clama por um deus, nem que ele seja de fato apenas uma descoberta da física num futuro muito distante.
            Tenho parado de escrever, muitos dizem isso, dizem também que é fase, que volta e some de novo, pra mim tanto faz, agora fico restrito a conceitos, buscá-los na criação, para a criação, este texto é uma exceção, e também, por tudo que já escrevi até hoje, creio dar para levar bem a vida assim que alguma editora resolver me contratar. Mas a escrita - voltando a ela – tem me dado preguiça, romances começados, teorias na metade, ideias de contos apenas esboçados, tanto faz, mas tenho usado muito o gravador, talvez para algo futuro, um projeto de áudio arte, coisas relacionadas ao uso de alteradores de consciência, experiências de vida. Não como estas chatices da arte contemporânea, Abramović e coisas do gênero, também nada muito relevante, a não ser a mim, como mundo possível, o Eu é que importa.

Diego Marcell

16/03/2015

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