Este ano Carlos
Drummond de Andrade completa 110 anos, digo completa porque a imortalidade
possui os grandes, se hoje ainda falamos tanto dele, como ele poderia não estar
no mundo? Tanto é que o pensamento de indivíduos deste naipe se fazem
atemporais, se a primeira vista a incompreensão de seu tempo é a prévia da
eternização, isto ocorre com um José, com um mineiro, que encontra uma pedra no
caminho, que nada mais é que o preconceito dos mortais que costumam reinar no
tempo por inveja ou por ignorância dos que são livres.
Quando li De notícias &
não-notícias faz-se a crônica me impressionei com a atualidade dos textos,
como parecia fresco, recém lançado, o pensamento daquele que escrevia, e
somente depois de ler fui saber que o livro em questão era de 1974, mas como?
pensava eu, como trazer tanta novidade estando 30 anos antecipado do agora?
Neste livro se manifesta o espírito irônico
que deve permear o cronista, a crítica factual brasileira que deve tomar forma
nas mãos do cronista e o brilhantismo estético que supera o ser apenas cronista,
mas manifesta o escritor.
Neste livro de textos que foram
publicados em jornais aparecem ficções, pequenas esquetes, cenas,
curtas-metragens, muito diálogo, muita percepção do movimento das ruas;
Drummond aparece como provocador do povo e ‘dos cabeças’, Drummond no auge da
forma se perde na eternidade para se achar no tempo daquele que o lê.
Diego Marcell
08-2012
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