19.9.12

110 anos de Drummond



            Este ano Carlos Drummond de Andrade completa 110 anos, digo completa porque a imortalidade possui os grandes, se hoje ainda falamos tanto dele, como ele poderia não estar no mundo? Tanto é que o pensamento de indivíduos deste naipe se fazem atemporais, se a primeira vista a incompreensão de seu tempo é a prévia da eternização, isto ocorre com um José, com um mineiro, que encontra uma pedra no caminho, que nada mais é que o preconceito dos mortais que costumam reinar no tempo por inveja ou por ignorância dos que são livres.

Quando li De notícias & não-notícias faz-se a crônica me impressionei com a atualidade dos textos, como parecia fresco, recém lançado, o pensamento daquele que escrevia, e somente depois de ler fui saber que o livro em questão era de 1974, mas como? pensava eu, como trazer tanta novidade estando 30 anos antecipado do agora?

Neste livro se manifesta o espírito irônico que deve permear o cronista, a crítica factual brasileira que deve tomar forma nas mãos do cronista e o brilhantismo estético que supera o ser apenas cronista, mas manifesta o escritor.

Neste livro de textos que foram publicados em jornais aparecem ficções, pequenas esquetes, cenas, curtas-metragens, muito diálogo, muita percepção do movimento das ruas; Drummond aparece como provocador do povo e ‘dos cabeças’, Drummond no auge da forma se perde na eternidade para se achar no tempo daquele que o lê.


Diego Marcell
08-2012

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