15.8.19

Hipocrisia, drogas e autoritarismo


            Um estranho no ninho deve ser largado às ruas.
            Sem empatia o amor é a teia da aranha, frágil e bela armadilha de envenenamento.
           Quando se nasce em redoma ilusória você só pode se tornar aquele cara da alegoria da caverna, o louco dos habitantes do breu.
            A arte de viver é o engano para quem está morto. Aposentado na própria desgraça, calcificado na tradição de poder e dominação. Um ponteiro das regras, uma resposta imediata de satisfação sistemática do absurdo da aceitação, da mediocridade de concordância e assim ainda, por conseqüência, do boicote àquele que não respeita a regra. Amor sem respeito não existe! É preciso respeitar quem desrespeita a regra.
            O sistema te domina sobre a relação real da afetividade quando tomas por certo os ditames do sistema sobre a livre vontade do outro.
            Tudo é falso! Você acredita na materialidade do dinheiro, do seu carro. Mas isso não significa nada para certas vidas. Mas você acredita no sistema e não no individuo. Assim até a abstração monetária é mais válida, forte e real que a alma daquele que sofre angustiado sem você entender por que. E por não entender você acredita estar relacionado a um condicionamento, a uma enxada, a fazer qualquer exercício mecânico, a limpar peças sujas, a uma planilha do Exel, mas não, não se trata de condicionamento e sim de sentido.
            A falta de sentido me causou traumas, experiências da infância hoje me causam asco. O simples cheiro de grama cortada me gera enjôo. Lavar um carro se apresenta a mim como a coisa mais babaca que alguém poderia fazer, mas eles fazem com prazer, porque um carro simboliza um troféu para caipiras brancos do sul.
            O militarismo e seus valores, a venda de que respeito à autoridade é algo fundamental a nossa sociedade; quem acreditou nessa falácia? Nem com meus 5 anos eu acreditava nisso, portanto não vem falar de criação, eu sempre desrespeitei as regras, não a toa a escola vivia chamando minha atenção, não a toa a escola era mediadora do espancamento que sofri tantas vezes em casa. Porque a autoridade nunca descambou ao dialogo e à lógica argumentativa; agora um presidente vem acusar que estudante não sabe a fórmula da água, quando ele sim é a representação da ignorância, dêem armas aos preconceituosos, matemos o diferente, façamos leis que nos defendam, eis o autoritarismo em sua forma de ver o mundo, representado no atual momento pelo medo, porque o mundo mudou, mas eles não querem aceitar, eles tem medo da vida, do ineditismo da vida real. Não dá mais pra ser hipócrita. Trair a mulher e ser o pai de família perfeito, graminha cortada no quintal (argh!), carro do ano na garagem, filho de cabelinho curto e filha que veste rosa.
            Sempre se esconderam atrás das paredes da casa própria, hoje o lixo ta exposto, ninguém mais pode ficar recluso, é preciso assumir suas merdas ou cala a boca!
            Consumir uma planta é crime? Mas ser um alcoólatra (a fomentar a indústria de whisky) que se torna um intocável violento a chutar cães e atropelar inocentes e escapar ileso porque é alguém bem relacionado (bem nascido), isso parece eticamente louvável.
            Utilizar uma planta que pode causar coisas boas a certas pessoas não parece apreciável numa sociedade em que as mulheres de meia idade não vivem um dia sem estarem chapadas da sua dose de fluoxetina, mas viva a indústria farmacêutica e suas drogas químicas, isso realmente parece muito mais ético!

Diego Marcell

18/05/19 

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