Um
estranho no ninho deve ser largado às ruas.
Sem
empatia o amor é a teia da aranha, frágil e bela armadilha de envenenamento.
Quando
se nasce em redoma ilusória você só pode se tornar aquele cara da alegoria da
caverna, o louco dos habitantes do breu.
A
arte de viver é o engano para quem está morto. Aposentado na própria desgraça,
calcificado na tradição de poder e dominação. Um ponteiro das regras, uma
resposta imediata de satisfação sistemática do absurdo da aceitação, da mediocridade
de concordância e assim ainda, por conseqüência, do boicote àquele que não respeita
a regra. Amor sem respeito não existe! É preciso respeitar quem desrespeita a
regra.
O
sistema te domina sobre a relação real da afetividade quando tomas por certo os
ditames do sistema sobre a livre vontade do outro.
Tudo
é falso! Você acredita na materialidade do dinheiro, do seu carro. Mas isso não
significa nada para certas vidas. Mas você acredita no sistema e não no individuo.
Assim até a abstração monetária é mais válida, forte e real que a alma daquele
que sofre angustiado sem você entender por que. E por não entender você
acredita estar relacionado a um condicionamento, a uma enxada, a fazer qualquer
exercício mecânico, a limpar peças sujas, a uma planilha do Exel, mas não, não se
trata de condicionamento e sim de sentido.
A
falta de sentido me causou traumas, experiências da infância hoje me causam
asco. O simples cheiro de grama cortada me gera enjôo. Lavar um carro se
apresenta a mim como a coisa mais babaca que alguém poderia fazer, mas eles
fazem com prazer, porque um carro simboliza um troféu para caipiras brancos do
sul.
O
militarismo e seus valores, a venda de que respeito à autoridade é algo
fundamental a nossa sociedade; quem acreditou nessa falácia? Nem com meus 5
anos eu acreditava nisso, portanto não vem falar de criação, eu sempre
desrespeitei as regras, não a toa a escola vivia chamando minha atenção, não a
toa a escola era mediadora do espancamento que sofri tantas vezes em casa. Porque
a autoridade nunca descambou ao dialogo e à lógica argumentativa; agora um
presidente vem acusar que estudante não sabe a fórmula da água, quando ele sim
é a representação da ignorância, dêem armas aos preconceituosos, matemos o
diferente, façamos leis que nos defendam, eis o autoritarismo em sua forma de
ver o mundo, representado no atual momento pelo medo, porque o mundo mudou, mas
eles não querem aceitar, eles tem medo da vida, do ineditismo da vida real. Não
dá mais pra ser hipócrita. Trair a mulher e ser o pai de família perfeito,
graminha cortada no quintal (argh!), carro do ano na garagem, filho de
cabelinho curto e filha que veste rosa.
Sempre
se esconderam atrás das paredes da casa própria, hoje o lixo ta exposto, ninguém
mais pode ficar recluso, é preciso assumir suas merdas ou cala a boca!
Consumir
uma planta é crime? Mas ser um alcoólatra (a fomentar a indústria de whisky)
que se torna um intocável violento a chutar cães e atropelar inocentes e
escapar ileso porque é alguém bem relacionado (bem nascido), isso parece
eticamente louvável.
Utilizar
uma planta que pode causar coisas boas a certas pessoas não parece apreciável numa
sociedade em que as mulheres de meia idade não vivem um dia sem estarem
chapadas da sua dose de fluoxetina, mas viva a indústria farmacêutica e suas
drogas químicas, isso realmente parece muito mais ético!
Diego Marcell
18/05/19
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