18.5.18



Corredor escuro
A desgraça me acossa
Mais uma noite embriagado de insônia
Tormenta do instante ausente
Relembro o deus que me estagnou
O enlace que me sufocou
E cá estou
Na idade de um Cristo morto
A circular redundante
A chafurdar no fracasso
Num looping de morte em vida
Como a desperdiçar uma nascente em privada
Sou a carne velha refúgio dos parasitas
A reconhecer o erro depositado em mim
Por cosmogonia muda
Que me dilacera a alma
Com o cruel chicote da consciência
Cá estou no antagônico inferno de um gatha
Como simbolista desregrado
Sou o delírio da serpente alucinada no aquário
Como num mórbido personagem de Kafka
Tão exposto quanto ignorado
Serei busto de praça que ninguém saberá o nome
Em terra que jamais pisei

Diego Marcell
18/05/2018

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