Corredor escuro
A desgraça me acossa
Mais uma noite embriagado de
insônia
Tormenta do instante ausente
Relembro o deus que me estagnou
O enlace que me sufocou
E cá estou
Na idade de um Cristo morto
A circular redundante
A chafurdar no fracasso
Num looping de morte em vida
Como a desperdiçar uma nascente em
privada
Sou a carne velha refúgio dos
parasitas
A reconhecer o erro depositado em
mim
Por cosmogonia muda
Que me dilacera a alma
Com o cruel chicote da consciência
Cá estou no antagônico inferno de
um gatha
Como simbolista desregrado
Sou o delírio da serpente alucinada
no aquário
Como num mórbido personagem de
Kafka
Tão exposto quanto ignorado
Serei busto de praça que ninguém
saberá o nome
Em terra que jamais pisei
Diego Marcell
18/05/2018
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