Em educação um professor deve ser
aquele que se possibilite junto ao estudante encontrar a maneira que a mente
deste encontre o fim almejado. Todavia, para tanto, minha dúvida é se este
instrutor pode chegar a tal condição sem ter ele mesmo vivido o paroxismo
existencial, trilhado para o autoconhecimento e despertado o Um, para aí sim
compreender as possibilidades da diversidade que está encoberta e onde os tiros
no escuro dados pelo mestre valem-se mais da intuição que da técnica.
Poder-se-ia com tanta ciência fazer
algo aos homens quando estes já não são uma massa?
De fato o tempo me deu mais compreensão
de Nietzsche e o que sua filosofia traz, que os manuais. As instituições de
ensino com suas múmias de calculadoras nas mãos não podem fazer mais ao homem
que um desjejum. Se falta antropofagia na vida acadêmica falta alma na escola.
Como alguém que não dispõe a própria
existência como proposição criativa pode ter a ousadia de vestir-se da capa
educacional?
Visto que não há alimento, pois o espírito
covarde não sai à caça, acomodando-se com os enlatados; assim como iriam aceitar
a pluralidade cultural imediata daqueles que tentam a satisfação por vias
inéditas? Ele exige a etiqueta para suportar o mundo, mas ele é incapaz de
criar as próprias etiquetas por não aceitar a desordem que é causa e efeito,
seu mundo não aceita porque não se sustenta, então reproduz o que é dado por um
poder, como consequência acrescenta-se doxa inflando ainda mais a distribuição
deste mesmo poder.
Diego Marcell
15/10/17
Nenhum comentário:
Postar um comentário