20.8.17



Estou lendo Performance, recepção, leitura de Paul Zumthor, e estou para iniciar o capítulo intitulado Performance. Fazendo uma leitura de meus últimos poemas publicados no blog, passei por uma compreensão da performatividade na poesia prosseguindo para compreender as demais, numa visão mais ampla que caminha para a vida-performance, no sentido de ligar diretamente sua vida com sua criação, sendo esta extensão através de um meio de comunicação, que é você, isso subdividindo podemos fazer uma longa lista da cultura. Claro que cada linguagem tem a sua proximidade com o quanto de você pode estar ali até chegar a experiência de viver apenas de forma a desestabilizar o que se tornou norma de alguma maneira negativa. Como o caso da performance art, ela vem por uma série de implicações sociais da estética, e como o mundo contemporâneo estabilizou um ideal do comercial de perfume, as performances quase que num ódio reprimido dado pela realidade dos fatos - onde a desigualdade impera, esse reinado estético trazido dos paraísos religiosos e adquiridos pelo mercado - que a arte neste sentido de desvendar o óbvio, da estética que sofre por sua condição social, compreende-se assim a tal estética da miséria da qual proclamava Glauber Rocha. No sentido da estética pela estética ela ficará “feia” porque o objeto social que implica o motivo da performance é de alguma forma um mau ao performer, ou seja, o indivíduo. Evidente que falo de forma generalizada, não estou me atendo a performances específicas, digo isso para desaguar no caso da vida-performance, pois se a vida fosse perfeita o filósofo seria extinto, se este fosse Diógenes. Se todos os valores acabam, acaba a vida-performance, ou melhor, ela se tornando norma, já não há porque chamar performance, chamar-se-ia apenas vida.

Diego Marcell
19 de agosto de 2017

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