Naquele domingo
que li Esperando Godot percebi que preferia esperar O Rinoceronte, este menos metafísico
e mais humano que o outro e filho do pouco conhecido Leviatã condiz mais com este
lado do mundo onde arte e política exercem uma relação mais intima que deveria
naturalmente.
Estes
números divulgados no país sob estrela envolta de cor de króvi e suas benesses sociais me lembram quando caminho pelas ruas
geladas do sul, os condicionamentos aplicados ao nosso jovem drugui Alex sob bandeiras antagônicas de
dentro da política da época e da nossa. Tudo cheira a cidade ainda não visitada
de Morus (parei na sua entrada), mas que o cheiro já chega até nós, onde o
sonho vestindo boina e adereços como charuto e barba tem seu destaque no mundo
catalogado como terceiro de cima para baixo e da direita para a esquerda, o que
não acompanha nossa forma de escrita e não parece deixar muito distante a ideia
de que em breve os bombeiros possam lançar chamas sobre nossos livros levando
em conta a quantidade de subgrupos que vem cerceando a liberdade dos subgrupos
rivais ou em muitos casos, da maioria, visto que colocar-se como minoria é
criar um monstro para poder lutar e dar sentido a sua vida. O monstro, porém,
dorme e numa hibernação milenar aguarda o juízo final.
Enquanto
o Salvador não vem, ou a salvação do Nada simplesmente, os rabos e as cabeças
vão brotando aqui e acolá, os chifres no meio da cara, os policiais muito ao
estilo unilateral exercem “seus deveres” não sobre assassinos e ladrões, sendo
estes filhos da grande rainha vermelha, mas sobre artistas, sobre inofensivos e
raquíticos artistas que não possuem trabalhos patrocinados por leis de
incentivo, já que só se incentiva quem incentiva o bolso do incentivador.
Falar
bem é algo que convém a uma rima com “amém”, mas e o individuo quando decide
ser individuo, não seria esta a verdadeira e a expressão máxima de minoria? Mas
só vale quando dois ou mais estiverem reunidos em nome de algo/alguém e que
tenham criado para este algo/alguém uma bandeira, um signo com cores
representativas? Quem é verdadeiramente o individuo sob a constituição federal
de mil novecentos de oitenta e oito? Será que já se passaram quatro anos? Os ciclos
contemporâneos, com suas copas, olimpíadas, e eleições e repetições salteando
por gêneros e os assuntos vestidos no auge da moda, tudo muito horrorshow para ficar esperando tão
somente perto desta arvore seca, pois a mesma nunca deu frutos como aquela do
jardim para nos libertar pelo conhecimento; o nosso grande objetivo agora
parece ser este, buscar uma arvore com frutos que nos tirem deste marasmo do
Éden latino-americano.
Diego Marcell
08-12-13
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