30.12.13

Por palavras


            Neruda chamou a língua portuguesa de ‘melosa’, e como é bom estar fora do país e distante de qualquer dialogo em língua latina, podendo viver com o silencio e com a comunicação fundamental e as linguagens que se aproximam do arcaico.
            Sem desperdícios de fonemas, de sons, de melodias, isso intensifica o som/barulho externo, dos passos, da porta do carro, do fogo, da voz gutural das conversas nativas.
            O desperdício das palavras que dominamos nos distancia da contemplação e nos aproxima da banalidade total, diferente da escrita que é visual e nos coloca em contato com a forma.
            O cigarro nas bocas dos estranhos possibilitaria esconder os mistérios, assim como óculos escuros, bebidas fortes, ou grãos – que aqui (em Israel) é muito comum - , mas o brasileiro sorri muito e abraça muito, bebe e fuma com ufanismo e megalomania extrassensorial, necessita de um baseado do tamanho de um charuto e pedras de craque suficientes para construir um estádio, além de pó suficiente para marcar o campo, isto é reflexo do seu desperdício de palavras vazias e estabelece a edificação da vida banal; superior a nós somente os Estados Unidos, por questões diferentes, eles são os fundadores disto, o Brasil como sempre sob seu espírito de vira-lata tenta ser a cópia dos estadunidenses, mas sempre obtendo insucessos.
            As relações humanas sob a indiferença é que produzem bases de respeito, aqui (Israel) as opiniões e agressões verbais são constantes e restritas a este contexto, no Brasil 20% disto levaria o país a se tornar um grande ringue de Vale-tudo urbano.

Diego Marcell

06-11-13   

Nenhum comentário:

Postar um comentário