29.8.13

A anarquia a partir do neoliberalismo


            Apesar do anarquismo não passar de uma ilusão infantil e chegar a ser mais utópico que qualquer paraíso religioso geralmente post-mortem, mesmo assim é de principio muito honesto e verdadeiro, mas neste sentido que vejo o anarquismo dos egoístas de Max Stirner, ao contrario dos sociais, de Proudhon, por exemplo, estes sim imaginam o Éden sem qualquer possibilidade de serpente.
            Dentro das questões políticas nunca seria possível uma efetivação soberana do comunismo e muito menos do anarquismo desta forma que sempre se quis colocar, revoluções e imposições do dia para a noite não sobrepujam o poder consolidado, se o Estado e o Capitalismo estão consolidados quase que em nossa genética, então a mudança só se torna possível com o inicio lento, mas de bases profundas. Se somos crias deste sistema, em primeiro lugar devemos requisitar as mudanças primordiais para que haja um capitalismo sobre o sistema governamental organizado, justo, que forneça qualidade aos seus integrantes respeitando a própria Constituição Federal, dando autonomia para seus órgãos atuarem, para que o espírito do “melhor governo que é o que menos governa” seja colocado em pratica, pois o governo que não respeita nem suas próprias leis e seus braços delegados a ação, este jamais poderá evoluir, nem gerar uma sociedade autônoma; ao colocar os interesses políticos partidários acima da nacionalidade o governante se apresenta como o monstro que devora os próprios filhos.
            Só um Estado liberal ou neoliberal que apresenta os subsídios necessários aos seus para que os mesmos cresçam como sujeitos autônomos e saudáveis, pode a partir da estabilidade social discutir o avanço a algum possível artefato anarquista. Claro que o Brasil está extirpado de tal possibilidade, mas pequenos países de primeiro mundo já poderiam experimentar pequenos mecanismos de liberdade, talvez em cidades experimentais, creio até que já tenham bairros independentes, mas não sei se de ideal anarquista; assim como ocorreu no Paraná com seus imigrantes italianos, esta sociedade não pode incorrer nos erros do egoísmo da posse, do matrimonio, por exemplo, que foi o que ocorreu; estas pessoas devem ter reformulado a condição humana para que seus egos hajam de forma verdadeiramente livres, isto perpassa fundamentalmente a autonomia na educação.
            Se o comunismo é uma ideia antiquada, no contexto político o anarquismo também o é, apesar de a anarquia ser atemporal em essência já que o individuo que nasce com este sentimento pode encontrar formas de vivê-lo na interioridade (a)social.
            Um exemplo de que outros anarquismos cairiam no mesmo Erro que todos os sistemas assim como ocorreu com os comunismos que tornam-se direita em essência, mas não em atributos, é aquele fanfarrão do Bakunin, que usou sua essência torta para vender uma ideia que para ele mesmo sempre foi impossível por em prática. Ou seja, com exceção de grupos que se disponham a exercer “não governo”, em âmbito macro jamais haverá uma sociedade plural e una, pois a natureza social como creem alguns grupos ácratos é invencionice romântica, ou seja, aos que se dispõe a isto que experimentem tais desafios, mas não sem antes tornarem-se autônomos.

Diego Marcell

29-08-2013

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