17-10-12
A internet é o novo suporte do
audiovisual e deve ser cada vez mais a tendência, mas é preciso renovar a
linguagem, não me interessa fazer por fazer, ou usar a ferramenta como
argumento, quanto a isso a teoria de Glauber Rocha permanece fundamental, é
preciso falar de ‘nós’ através do audiovisual, falar do ser humano no vídeo,
encontrar a relevância do discurso contemporâneo para expressar qualquer
angustia que necessitamos comunicar.
Copiar temas, formatos de descrição,
deficiências optativas ou eficiências em discursos vazios é degradante ao ser
humano quanto “produtor de cultura ou arte”.
Há muita produção, até pela
facilidade que existe hoje de se produzir, mas já não existem argumentistas, e
este é o grande centro quando se fala de qualidade, o argumento caiu, até
porque o argumentista deve ser um filosofo, e como há cada vez menos base filosófica
em nossa sociedade, a tendência são os roteiros mal elaborados que tomam conta
dos espaços de exibição.
Fazer a emoção ser o principal do
roteiro, é reduzir a humanidade a escravos das paixões. Muitas odes (que são vendidas
como) para a juventude, não passam de exposição da degradante condição daquele
que não soube viver no presente, quando mostram seus velhos chorosos pelo passado, refletem a falta
de razão de suas próprias existências, como pude perceber, por exemplo, num
curta de conclusão do curso de pós-graduação da Faculdade de Artes do Paraná
chamado “Os ladrões de coração” que existiu apenas para exaltar o bla, bla, blá
da juventude vazia, e em se tratando de estrutura, sendo uma cópia descarada do
cinema norte-americano sem sua primazia técnica que seria (neste caso) a única
parte boa deles, portanto, um desserviço ao pensamento nacional. Quando não
consegue tomar o bom e excluir o ruim, invertemos a necessidade numa clara
noção distorcida dos valores.
24-10-12
Acompanhar o ritmo da humanidade é também
transpor isso para o audiovisual, e esta aplicação se dá na montagem. Eisenstein
deve voltar a moda, os planos abertos e lentos (sem uma proposta verdadeira)
devem ser abolidos e o videoclipe deve permear o pensamento do vídeo (ainda
mais quando falamos de 3 minutos de ação).
Estes audiovisuais já não podem ser
classificados como “filmes de ficção ou documentário”, mas como uma forma
especifica de vender (contar) uma historia, um motivo, uma reflexão e/ou
entreter.
Para que são feitos estes “filmes”
hoje no Brasil? Simplesmente fazer cinema por cinema? Tenho acompanhado mais de
perto a produção paranaense e me pergunto, vendo até produções destes núcleos de
pós-graduação com pesquisas especificas de produção ou outro(s), mas com
qualidade técnica e intelectual tão abaixo do que esperamos que se apresente
este material. Claro que queremos ver na tela nossos filmes, seja em âmbito regional,
como nacional, esperamos produzir nossa cultura, nossos próprios objetos, mas a
questão que fica é se realmente são obras nacionais, ou seja, que refletem
nossa condição, estas que se apresentam, ou é apenas a demanda política ditando
a situação.?
A verdade é que os “funcionários do
audiovisual” brasileiro são pessoas sem conteúdo para se produzir algo com
sentido, que faça sentido (falo de porcentagem). Estamos formando profissionais
incapazes porque os formadores já se apresentam incapazes. Não pensam nem
sequer a condição do audiovisual como teorética no contexto histórico e contemporâneo,
mas querem apenas sentar na frente dos seus computadores e mamarem do ultimo
equipamento que visualmente irá lhe suprir carências de seres colonizados desde
o ventre.
20-12-12
Em contrapartida estamos vendo adaptações
para a linguagem da internet de materiais que tomam destaque até na grande mídia,
graças a isso. Tanto no já citado estado que me encontro (Paraná), mas
principalmente em São Paulo, feito por atores, roteiristas e jornalistas oriundos
da TV que cansados da linguagem limitadora da mesma, usaram da sua imagem e puderam
experimentar (com sucesso) a linguagem exclusiva da Rede.
Nossas escolas de audiovisual
deveriam perpassar por questões que não são exploradas pelas suas
especificidades, como o videoclipe esportivo, a videodança, a videoarte, o teatro
digital, a esquete, como forma de ampliar as noções e necessidades disto nos
que buscam a saído do vídeo. Deveria haver uma aula de historia do vídeo, para
que alguma noção intelectual brotasse em cabeças tão áridas como as atuais. Devemos
experimentar e conhecer, deve-se aplicar o estudo de linguagem audiovisual.
Diego
Marcell
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