4.9.12

Reencontro



Eu não estava nem aí para os fatos
No meu mundo das ideias
O que havia ficado o que nunca chegou a existir
Na verdade tudo existia
Aqui
Na minha ilusão, no pane da minha ilusão,
Escrever cartas para você
Lhe mandar recados em radio
Revista, televisão,
Mas tudo haveria de escorrer pelo ralo
No momento que eu saísse para um novo futuro
E tendesse a escolher outros se quisesse o sucesso
Ou apenas sobreviver.
Mas ninguém mais usa estas coisas
Estes meios para os mesmos fins
Eu dizia em terra distante
Que eu haveria de ser só um visitante
Em minha própria casa
Em minha própria mente,
Por isso negando você
Negando as portas que se abriam
Eu acabava sempre embriagado
De nostalgia
Perene nostalgia que me mataria em breve
Para que eu não à pudesse negar jamais.
Talvez eu tivesse que me perder
Como se fosse personagem
De um seriado norte-americano.
Ou devesse me jogar, exorcizando
Meus delitos psicológicos.
Mas sendo um falante eu devo cumprir,
Cumprir com o destino que me é imposto.
Talvez eu tenha que negar a isso,
Em nome do comum.
Ou eu seja o mágico
Que propõe a ilusão adequada.
Mas como negar nosso desejo que oprime o outro?
Te oprimindo, te obrigando a sumir
Como quem retorna ao pó.
Sendo sempre contraponto quando retorno
Ao teu encontro, mas só quero um objeto
Que possa me refletir.
Quando mando estes sinais de fumaça,
Esses telegramas, telefonemas e emails
Estou falando com quem? se não responde.
Estou fazendo o que?
Se não responde.
Buscar a eternidade é voltar,
Voltar pelo viés do infinito como desculpa
Quando encontro a deixa
Para um reencontro,
Em mim.

Diego Marcell
18-08-2012

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