Vou
colher uma proposição da time line do
Facebook. Segundo um defensor do lulismo, em seu relato de desabafo de paixão discreta,
quando este esteve no Egito em meio a primavera árabe, lá o povo muito sofrido
louvava os feitos do ex-presidente Lula. Vamos apenas seguir esta premissa.
Diferentemente do povo
sofrido deste nosso país, que tendo vivenciado os feitos e defeitos dos anos de
PT, o povo egípcio somente teria acesso a tais informações pela grande mídia
internacional. Lembremos, porém, que a grande mídia é o poderoso vilão segundo
os petistas e grande parte da esquerda de modo geral, sendo ela a maior
manipuladora de massa e aquele bla bla blá que sabemos de cor. Esta mesma mídia
que no dia de hoje emite as considerações sobre o atual governo brasileiro se
desmantelando, entretanto quando o comentário favorece o objeto de paixão ela
se reverte em emissário propagandista das glórias. Correto? Sendo assim, como
poderia de fato ter validade o reconhecimento do povo egípcio se toda
informação alcançada não passa de decalque temporário e arbitrário das conexões
relativas a um bom período econômico, que esconde, porém, todas suas consequências
elásticas de uma possível continuidade da boa governabilidade. Sabemos que o
jornalismo é imediatismo, mas os feitos políticos são contínuos, ou seja,
precisam ser fixados com o fim de ciclos históricos.
Para concluir, no
domingo das manifestações eu já havia tirado uma conclusão sobre o reflexo da
mídia internacional, pois a meu ver, evidentemente o povo nas ruas era
claramente o mesmo das outras vezes, ainda segmentos da polaridade, adeptos em
grande parte do conservadorismo, porém a leitura feita pela mídia e lida
naturalmente por qualquer pessoa de fora do Brasil, como exercitei a noção, era
de que há de fato uma generalização nacional, o que não se prova por completo,
ao menos quanto às bandeiras que se levantam. Seguindo este raciocínio eu vejo
que toda repercussão de jornalismo internacional deve ser levado com certa
parcialidade, não no sentido de tomar partido, mas quanto à possibilidade
reprodutiva dos fatos em si, no caso específico do dia 13 de março, o que
ocorre é que a pressão feita pela manifestação interfere muito mais na
imagética global que de fato nos procedimentos internos, cabendo assim às
partes oficiais.
Quanto à leitura por
qualquer cultura que não se pertença, é evidente que apenas estudando muito
afundo as questões é que se chega a aproximar-se das mesmas a ponto de conclusões
que façam sentido, desta feita, só posso concluir que o povo sofrido do Egito
nada pode validar sobre as condições de vida no Brasil, seja no mandato, no pré
ou no pós Lula, assim como nós mesmo que no papel de turistas curiosos não poderemos
tirar qualquer conclusão real sobre os conflitos árabes ou mesmo em se tratando
de Democratas e Republicanos nos Estados Unidos.
Diego Marcell
16/3/16
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