17.3.16

Exercício de lógica para petistas


            Vou colher uma proposição da time line do Facebook. Segundo um defensor do lulismo, em seu relato de desabafo de paixão discreta, quando este esteve no Egito em meio a primavera árabe, lá o povo muito sofrido louvava os feitos do ex-presidente Lula. Vamos apenas seguir esta premissa.
Diferentemente do povo sofrido deste nosso país, que tendo vivenciado os feitos e defeitos dos anos de PT, o povo egípcio somente teria acesso a tais informações pela grande mídia internacional. Lembremos, porém, que a grande mídia é o poderoso vilão segundo os petistas e grande parte da esquerda de modo geral, sendo ela a maior manipuladora de massa e aquele bla bla blá que sabemos de cor. Esta mesma mídia que no dia de hoje emite as considerações sobre o atual governo brasileiro se desmantelando, entretanto quando o comentário favorece o objeto de paixão ela se reverte em emissário propagandista das glórias. Correto? Sendo assim, como poderia de fato ter validade o reconhecimento do povo egípcio se toda informação alcançada não passa de decalque temporário e arbitrário das conexões relativas a um bom período econômico, que esconde, porém, todas suas consequências elásticas de uma possível continuidade da boa governabilidade. Sabemos que o jornalismo é imediatismo, mas os feitos políticos são contínuos, ou seja, precisam ser fixados com o fim de ciclos históricos.
Para concluir, no domingo das manifestações eu já havia tirado uma conclusão sobre o reflexo da mídia internacional, pois a meu ver, evidentemente o povo nas ruas era claramente o mesmo das outras vezes, ainda segmentos da polaridade, adeptos em grande parte do conservadorismo, porém a leitura feita pela mídia e lida naturalmente por qualquer pessoa de fora do Brasil, como exercitei a noção, era de que há de fato uma generalização nacional, o que não se prova por completo, ao menos quanto às bandeiras que se levantam. Seguindo este raciocínio eu vejo que toda repercussão de jornalismo internacional deve ser levado com certa parcialidade, não no sentido de tomar partido, mas quanto à possibilidade reprodutiva dos fatos em si, no caso específico do dia 13 de março, o que ocorre é que a pressão feita pela manifestação interfere muito mais na imagética global que de fato nos procedimentos internos, cabendo assim às partes oficiais.
Quanto à leitura por qualquer cultura que não se pertença, é evidente que apenas estudando muito afundo as questões é que se chega a aproximar-se das mesmas a ponto de conclusões que façam sentido, desta feita, só posso concluir que o povo sofrido do Egito nada pode validar sobre as condições de vida no Brasil, seja no mandato, no pré ou no pós Lula, assim como nós mesmo que no papel de turistas curiosos não poderemos tirar qualquer conclusão real sobre os conflitos árabes ou mesmo em se tratando de Democratas e Republicanos nos Estados Unidos.

Diego Marcell

16/3/16

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