3.1.14

Os pais: seus abortos amorosos e sua deidade maligna


            Nossos pais sempre tão complacentes com suas besteiras, mesquinharias e egocentrismo heroico, o pai é sublime perante seu próprio papel, todo ser humano carrega estes males (pelo menos nas sociedades contemporâneas tradicionais) ele é um pai/mãe em potencia e, portanto um mal ao seu próprio mundo.
            Seu grande troféu é a felicidade contida no outro, mas que só existe porque o considera seu, destituído da posso este outro é o inferno sartreano, é o inimigo e o competidor em potencial.
            Os pais são os únicos que recebem o ‘registro por lei’ de certo amor, que talvez não seja o Filia, o Eros, nem o Ágape, mas um misto destes, uma espécie de amor de deidade, mas diferentemente do ágape, este amor dos pais está mais ligado a fisiologia e psicologia que o papel fornece, ele na verdade nunca deseja o bem para o filho, como em tese seria o ágape, mas busca sob sua forma de Bem o seu filho envolto. Invariavelmente este é o mal para o filho, reflexo de sociedades totalmente corrompidas, pois todo individuo deve conviver debaixo do jugo de valores tradicionais, a tradição que assegurou a desgraça da nossa espécie e produziu raças, preconceitos, vencedores e perdedores e anulou o individuo.
            Para o individuo tivemos que criar a psicanálise, mas encontrar o local da doença ainda não é a condição para eliminá-la, apenas algo mais incisivo, como encontrar um método de operação cerebral, algo muito arriscado para uma vida para a sociedade, por isso ela condena o suicídio, pois o individuo já foi negado aos três anos de idade, quem se suicidasse com esta idade seria taxado de anjo.
            Esta tradição fez com que os pais fossem em seu papel tão sagrados quanto Deus, tanto que é herético se negar a ser pai ou ser mau pai, cogitar algo que identifique erro no papel paterno é uma espada que violentamente entra no coração, isto porque a tradição compõe esta sociedade de tal forma que a impede de qualquer pensamento racional a respeito, assim como acontece com a religião, isto mostra o quão danoso ao homem é este conceito paterno praticado tradicionalmente, pois o mesmo se coloca como deus, e não foi este o grande crime de Lúcifer? Só que delegadas as proporções, seu domínio recai sobre o numero possível ou até optativo de filhos que se tem, Deus já não tem muita escolha, se você quiser botar mais um ser no mundo ele terá que assumi-lo.

Diego Marcell

13-11-13

2 comentários:

  1. Ainda bem que nem todos são pais por ' tradicionalismo ' , pelo menos assim creio eu . rs

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  2. Infelizmente Jaque são, faz parte de nossa condição, eu, você e aquele que ainda vai nascer, do contrários não seríamos humanos.

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