Vou
falar pelo Brasil, que é o contexto que conheço, vejo que as pessoas não conseguem
interpretar o que leem e o que ouvem, elas possuem programações em suas mentes
e conforme se adéqua ao enunciado, ela abre uma gavetinha e apresenta algo aquilo,
que obviamente não condiz.
Essa
negocio de niilismo é um problema pra todos, todos os “interpretes”. Dizem que
Nietzsche matou Deus, mas Nietzsche só leu isso na sociedade. Dizem que
Niilismo é ateísmo, quando o ateísmo não pode ser niilismo, mas sim uma fé
fundamentada. Ou o agnosticismo, isto que está mais para ignorânticismo.
Tem
uma frase de uma musica do Lobão que um dia escrevi no Facebook por achá-la
incrível e por ter nela uma representatividade de meu estado de espírito, que
é: “A beleza de tudo é a certeza de nada”, porém um kardecista fanático veio
dizer que era um louvor a ignorância, então Sócrates louvava a ignorância também?
Parece que sábio é ouvir dos “mortos” qual é o melhor restaurante para ir
quando chegar ao outro lado. No Tumblr do mesmo Lobão teve uma onda de
perguntas a respeito dessa frase num dia desses, e os questionamentos também indicavam
a objetividade da obviedade a que as mentes estão presas, então o escritor
revelava que diante a imensidão disto, da vida (reproduzo aqui estas questões de
forma livre, não estou sendo fiel as escritas, até a frase em questão pode não ser
exatamente a mesma, mas que vem atrelado as mesmas condições contextuais) como
há de se ter ideia exata, assim como parece querer fazer os sábios, os mestres,
os religiosos, e até os acadêmicos.
Estou
lendo Cioran e há momentos incríveis onde ele parece estar passando pelo mesmo
que eu, claro que não sou idiota em acreditar nisso, mas penso que a maioria não
saberia ler seus textos sem querer o suicídio ou xingá-lo até a morte (ou post mortem).
Tive
muitas experiências do tipo com amigos que estudei, pois apesar de estarmos nos
mesmos níveis (que eu julgava, pelo menos) a discrepância era absurda por
certas interpretações que acabaram por me fazerem refletir sobre nossa condição
humana, principalmente no campo das ideias; daqui que tiro a ilustração das
gavetas que eles escolhem, é como se a pessoa tivesse numa linha reta com outra
trocando passes, e a bola lhe fosse arremessada em direção exata, mas na hora
de devolver ela enviasse a bola a 90 graus da outra, ou seja, ela já estava com
aquele apontamento em sua mente desde o começo, ela não pensou sobre aquilo
puramente para aquilo, mas buscou o que era mais conveniente sobre aquilo.
O
niilismo ainda nos dará muito o que discutir e pensar, mesmo porque sobre ele não
há nada “concreto”, ele está mais para um espírito que para uma teoria,
voltarei a ele em breve, com Lobão, Cioran, Nietzsche e muitos outros, para
desmentir todos estes que usam o termo erroneamente, o próprio Sócrates e até
Jesus acabam sendo niilistas para seus contextos, um dentro da crença grega ou
além disso, para a filosofia atual por exemplo; o segundo para com o
cristianismo, já que o mesmo não sabe ou não quer ler a verdade deste homem. Poderemos
colocar varias temáticas históricas e estéticas contemporâneas para o tema, mas
isso é coisa do futuro.
Diego Marcell
21-11-13
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