Se
todos fossemos niilistas puros faríamos o bem ao mundo e à natureza e findaríamos
aos poucos a humanidade. Muitos colocarão uma pergunta em específico que
respondo prontamente: se vivo, desejo viver e não desejo morrer, logo sofro,
sendo a morte certeza e utopia, então a não-existência é bem (ganho)
maior para os que não vieram a ser.
O
niilismo é o resultado da historia do pensamento humano, sendo a evolução do
mesmo (sem atribuir valores nesta firmação), sabemos com isso que a evolução máxima
seria o retorno à forma de nosso ancestral seguindo o caminho inverso como o
verdadeiro retorno, fechando um ciclo jamais pensado, até mesmo porque o vejo impossível
como natureza, mas viável na aplicação do papel que o homem alcançou no planeta
que aqui deixa de estar, reduzido à sua própria condição, agora o homem é Deus
e seus poderes morais podem construir este retorno com base na evolução que a
natureza lhe permitiu primeiramente e no que a historia cultural formou pela
artificialidade dos signos.
Este
niilismo que apresento é um passo adiante das primeiras manifestações do mesmo
ainda no século XIX e inicio do século XX; já podemos pensar mais profundamente
a existência da causa maior, que é a mais importante desde que aquela tribo
enterrou seu primeiro semelhante. Portanto já não é necessário discutir a moral
e a política, pois mesmo qualquer rompimento que se queira fazer deve ser de caráter
filosófico, ninguém deve aceitar a anulação do seu direito de desejo como
individuo, basta compreender que os valores já passaram por transformações importantes
que nos permitiram chegar aqui, este pensamento que se propõe tem amplitudes metafísicas
ante os objetos filosóficos, o social passa a ser detalhe que em nada afeta no
momento.
Já
estamos bem crescidos para não atribuir ao post-mortem qualquer conceituação,
seja de Nada ou de Paraíso, a não ser o nada como não-ser, mas também não podemos
afirmar negativamente quanto a existência de espírito ou alma.
Portanto
o fazer político e a ação social se fazem mesmo sob espírito niilista, o que não
acontece é a atribuição de valores da forma que a sociedade coloca e que foi
ainda mais intensificado com a cultura do herói, principalmente o herói vencedor
norte-americano. Com isto damos vazão ao anti-herói como o habitante coerente
da sociedade sendo aquele que não correrá grandes riscos como individuo, já temos
este referencial no mestre do budismo antigo - não neste budismo de cópia que
consequentemente se derivou - mesmo que a iluminação seja apenas para
apresentar paralisia ante a cegueira branca, nisto há muito que se pensar, a
não-ação sempre sendo mais instigante que toda agitação das águas e os latidos
dos cães.
Diego Marcell
03-10-13
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