23.8.13

O objeto filosofante no Brasil


            O filosofo brasileiro não filosofa, ele usa a filosofia como fetiche, por exemplo, uma filosofa conhecida no país ao afirmar que “ama as notas de rodapé” como sinônimo de texto filosófico deixa explícito isso; estes filósofos usam a “condição intelectual” como objeto de uma sexualidade substituída perante “as pessoas comuns” por se colocarem como iniciados de algum misterioso tesouro que se fez na verdade pelos soterrados.
            O filosofo brasileiro vive de uma pose que é imitação europeia, mas destituída da fonte que os leva a terem verdadeiramente uma ‘pose’ que os representa. Há nesta postura uma reprimenda à natureza humana, principalmente a que toma forma no terceiro-mundo, onde a teoria se forma sobre vultos despedaçados vindos da descontextualização de um mundo findado em tempos que o novo mundo sequer era aspirado. Agravando ainda mais esta situação, estes mesmos representantes de certa filosofia do país não podem ir à rua, às vielas, pois isto pertence a uma classe inferior, os romancistas, sendo assim, não se possibilita nenhum tipo de condição para que a Universidade (na forma destes filósofos) ou a teoria neste lugar se identifique e coloque questões realmente inerentes à realidade que se fixam.
            O filosofo quer falar de revoluções russas para explicitar sua erudição diante de acontecimentos atuais no Brasil, seus fãs lhe chamam de enciclopédia humana e a erudição do discurso não consegue exprimir a objetividade do fato, esta objetividade deve ser assimilada pela filosofia, pois se fazer filosofia hoje também perpassa uma reformulação da exposição do filosofar.
            A necessidade imposta pelo pensamento moderno de “dominar” os conceitos fez com que se perdesse o alcance natural do ser por uma alétheia transformada em condição, a busca tornou-se busca pelo alheio, dando à ilusão o papel de protagonista, isto fez com que a sistematização do trabalho e da Academia voltassem lá no tempo de Santo Agostinho onde haveria de se impressionar pela retórica. Porém o filosofar não se submete ao conhecimento enciclopédico (não estou abolindo a necessidade do conhecimento), mas perante a vivencia social também se fazer por um ciberespaço toda erudição que se aplica para manter a forma dela sem a objetividade de causas reais, já não tem ‘porque’, estes filósofos então, imaginam que a simples inserção deles nos meios digitais farão com que os mesmos tornem-se atores deste contexto que assumem o seu papel de filósofos, o que não é verdade, pois para exercer tal filosofia não é preciso necessariamente que se tenha um Facebook e se produza vídeos para o Youtube, mas que o discurso seja anatômico à nova esfera social. O meio não passa a ser regra, nunca foi determinante ao pensar, mas ele pode apresentar causas à reflexão e discussão em vários ambitos, a partir do momento que ele move junto esta roda é comum percebê-lo, mas é louvável quem o percebeu lá no inicio, depois de formado as questões já estão sob mutação e é nesta rede de causa e efeito que se deve atentar e até observar o que se dá, não como vidente, mas analista do agora, pois só existe esta condição como relevância.

Diego Marcell

22-08-2013

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