O
filosofo brasileiro não filosofa, ele usa a filosofia como fetiche, por exemplo,
uma filosofa conhecida no país ao afirmar que “ama as notas de rodapé” como sinônimo
de texto filosófico deixa explícito isso; estes filósofos usam a “condição
intelectual” como objeto de uma sexualidade substituída perante “as pessoas
comuns” por se colocarem como iniciados de algum misterioso tesouro que se fez
na verdade pelos soterrados.
O
filosofo brasileiro vive de uma pose que é imitação europeia, mas destituída da
fonte que os leva a terem verdadeiramente uma ‘pose’ que os representa. Há nesta
postura uma reprimenda à natureza humana, principalmente a que toma forma no
terceiro-mundo, onde a teoria se forma sobre vultos despedaçados vindos da
descontextualização de um mundo findado em tempos que o novo mundo sequer era
aspirado. Agravando ainda mais esta situação, estes mesmos representantes de
certa filosofia do país não podem ir à rua, às vielas, pois isto pertence a uma
classe inferior, os romancistas, sendo assim, não se possibilita nenhum tipo de
condição para que a Universidade (na forma destes filósofos) ou a teoria neste
lugar se identifique e coloque questões realmente inerentes à realidade que se
fixam.
O
filosofo quer falar de revoluções russas para explicitar sua erudição diante de
acontecimentos atuais no Brasil, seus fãs lhe chamam de enciclopédia humana e a
erudição do discurso não consegue exprimir a objetividade do fato, esta
objetividade deve ser assimilada pela filosofia, pois se fazer filosofia hoje também
perpassa uma reformulação da exposição do filosofar.
A
necessidade imposta pelo pensamento moderno de “dominar” os conceitos fez com
que se perdesse o alcance natural do ser por uma alétheia transformada em condição, a busca tornou-se busca pelo
alheio, dando à ilusão o papel de protagonista, isto fez com que a
sistematização do trabalho e da Academia voltassem lá no tempo de Santo
Agostinho onde haveria de se impressionar pela retórica. Porém o filosofar não se
submete ao conhecimento enciclopédico (não estou abolindo a necessidade do
conhecimento), mas perante a vivencia social também se fazer por um ciberespaço
toda erudição que se aplica para manter a forma dela sem a objetividade de
causas reais, já não tem ‘porque’, estes filósofos então, imaginam que a
simples inserção deles nos meios digitais farão com que os mesmos tornem-se
atores deste contexto que assumem o seu papel de filósofos, o que não é
verdade, pois para exercer tal filosofia não é preciso necessariamente que se
tenha um Facebook e se produza vídeos para o Youtube, mas que o discurso seja anatômico
à nova esfera social. O meio não passa a ser regra, nunca foi determinante ao
pensar, mas ele pode apresentar causas à reflexão e discussão em vários ambitos,
a partir do momento que ele move junto esta roda é comum percebê-lo, mas é louvável
quem o percebeu lá no inicio, depois de formado as questões já estão sob
mutação e é nesta rede de causa e efeito que se deve atentar e até observar o
que se dá, não como vidente, mas analista do agora, pois só existe esta
condição como relevância.
Diego Marcell
22-08-2013
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