A razão permitiu
uma coisa nova, a infância, mas não a infância como período natural da espécie,
mas ela como estereótipo da possibilidade de criar, ou seja, a infância se
instaura nos seres de razão como estado livre permitindo a criação de futilidades
em nome da razão. Este estado infantil é apresentado na necessidade egocêntrica
da formulação e exposição dos inumeráveis signos que o ser humano apresenta aos
semelhantes para preencher a vida e fazer dos mesmos, orbitas encadeadas por
suas linguagens.
A
infantilidade é grotesca quando vivenciada (executada) por pessoas “grandes”,
dando a impressão perante as demais espécies e à Natureza que o ato de ser
humano é grotesco por si só. Até mesmo a atitude de se filosofar é
descaradamente boba e inocente perante o cosmo; quando me deparo com o
pensamento filosófico que é o mais sublime diante dos demais pensamentos
humanos, até mesmo ele se torna algo digno de vergonha com suas especulações
sobre nossos próprios signos criados.
Louvável
é o ser humano que diante do mistério deste Universo plural e particular
(racional) se cala e vive usufruindo dos signos assumindo-se como participe
nulo, como massa; este é suprimido por mesquinharias descartáveis e se
encaminha para a morte anônima, assim como deve ser. Com seu emprego médio (uma
evolução deste ser, seria o abandono a isso, colocando a um patamar acima
algumas formas de mendicâncias, porém aqui precisaríamos de outro tópico), para
satisfazer as necessidades fisiológicas e agregando como sopro de uma elevação
suas novelas, seus games, suas fofocas.
A
ciência moderna neste contexto é a única que conseguiu sobressair perante a
futilidade das criacionices humanas, o que talvez deixa uma esperança evolutiva
(não biologicamente, mas abstrata) desta espécie social com um fim objetivo,
por isso nem a comparo com a filosofia (por ser uma parte da filosofia antiga),
mas superior a qualquer outra “arte”.
Diego Marcell
20-08-2013
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