21.8.13

A infância da razão


            A razão permitiu uma coisa nova, a infância, mas não a infância como período natural da espécie, mas ela como estereótipo da possibilidade de criar, ou seja, a infância se instaura nos seres de razão como estado livre permitindo a criação de futilidades em nome da razão. Este estado infantil é apresentado na necessidade egocêntrica da formulação e exposição dos inumeráveis signos que o ser humano apresenta aos semelhantes para preencher a vida e fazer dos mesmos, orbitas encadeadas por suas linguagens.
            A infantilidade é grotesca quando vivenciada (executada) por pessoas “grandes”, dando a impressão perante as demais espécies e à Natureza que o ato de ser humano é grotesco por si só. Até mesmo a atitude de se filosofar é descaradamente boba e inocente perante o cosmo; quando me deparo com o pensamento filosófico que é o mais sublime diante dos demais pensamentos humanos, até mesmo ele se torna algo digno de vergonha com suas especulações sobre nossos próprios signos criados.
            Louvável é o ser humano que diante do mistério deste Universo plural e particular (racional) se cala e vive usufruindo dos signos assumindo-se como participe nulo, como massa; este é suprimido por mesquinharias descartáveis e se encaminha para a morte anônima, assim como deve ser. Com seu emprego médio (uma evolução deste ser, seria o abandono a isso, colocando a um patamar acima algumas formas de mendicâncias, porém aqui precisaríamos de outro tópico), para satisfazer as necessidades fisiológicas e agregando como sopro de uma elevação suas novelas, seus games, suas fofocas.
            A ciência moderna neste contexto é a única que conseguiu sobressair perante a futilidade das criacionices humanas, o que talvez deixa uma esperança evolutiva (não biologicamente, mas abstrata) desta espécie social com um fim objetivo, por isso nem a comparo com a filosofia (por ser uma parte da filosofia antiga), mas superior a qualquer outra “arte”.

Diego Marcell

20-08-2013

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