A necessidade que o ser humano tem de auto-afirmação era bem evidente no âmbito imperial da idade média e inicio da idade moderna, patrocinado pela necessidade incessante de riqueza do poder, homens valorosos neste tempo deviam ser guerreiros ou santos, gerando exemplos extremos de movimentações “heróicas” em nome de reconhecimento e honrarias. Nicolau Durand de Villegagnon foi um destes, cavaleiro francês, foi comendador, acabando como embaixador da Ordem de Malta junto ao rei da França; também era um católico firme, intelectual e navegador.
Em meados do século XVI, por descontentamentos políticos, a França desejou o Brasil e lá foi Villegagnon fundar uma pequena colônia francesa na Baía de Guanabara. Nesta época a França parecia mais voltada as ideias religiosas dos reformados, até porque haviam recebido mal a decisão territorial da bula Intercoetera do Papa Alexandre VI, portanto a França enviou colonos calvinistas a colônia, além do apoio que Villegagnon recebia nesta empreitada do Almirante e líder reformado Gaspar de Coligny.
O reformador intelectual franco-suíço João Calvino era o principal influenciador deste novo período religioso que se apresentava, e como ele pensava que a religião tinha como parte inerente a política, era natural que os mais fervorosos de seus seguidores e estudiosos levassem ao choque físico sua crença, além das discussões verbais, gerando assim muito conflito com os católicos para estabelecerem-se relevantemente onde chegavam, pois criam na teocracia. Era natural então que não desse muito certo este propósito francês de colônia, em guerra não só com os católicos portugueses e espanhóis, mas também internamente, inclusive havendo a discussão entre os ex-colegas da Universidade de Paris Villegagnon e Calvino que deixaram evidente o que este período de transição histórica apresentava. A necessidade por um status diferente do de hoje, mas com a mesma essência, não talvez por maldade da alma, mas por influencia contextual que nos ensinaram através de um breve capítulo histórico e pouco falado da política e da história cristã que falharam por possuírem interesses tão particulares que impediram qualquer progresso colonizador pela França no Brasil ainda indígena e pouco explorado e que poderia deixar-nos com influencias culturais um pouco diferentes das que fomos submetidos e possuímos hoje.
11-2011
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