É fácil ser santo na fuga, com mascara, vivendo no deserto; é fácil aconselhar quando se é consultado em ambiente forjado, mas como ser verdadeiro, encarar seu próximo, carregando seu sentimento mais emocionalmente particular?
O santo não ama, pois não conhece o ódio. O santo não se doa, porque ele se tem sempre que precisa. O santo só chora porque não vive e o santo dá gargalhadas porque não reflete.
O santo dá carinho porque quer que lhe acendam velas, o santo ser humano é mal porque exige adoração.
Eu sou um pecador que não sei responder as suposições, não sei negar meu desejo porque penso em poupar-me, em silenciar, em não errar muito o alvo em distancia tão longa a ponto de me manter frustrado num amanhã. Como de fato já experimentei.
Aquele que não aprende com o silencio é dono da ignorância (ou discípulo dela?), os santos só aprendem com mestres que direcionam seu olhar e pré-escrevem suas orações.
A santa está nua e corrompida por baixo da longa veste, o santo tem a alma falida diante da ordem dourada do seu templo.
Eu não sou santo, minha saudade não é nostalgia, é má formação cotidiana.
Eu choro por mim e sorrio de alegria pelo outro, ao contrario dos santos, ao contrario deles não quero a luz de outro, não quero parecer simples, quero reconhecimento e não nego. Não dou conselhos, nunca tive conselhos para dar, eu ensino o que sei por amor da paz, a falsa modéstia dos santos só serve para usurpar os pobres, ninguém aprende a ser forte assim, ninguém pensa que pode evoluir porque os evoluídos já estão lá estuprando nossas almas quando as portas fecham e as velas não podem mais revelar o que o escuro esconde.
Diego Marcell
15-11-2011
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