Se os seres humanos são o ápice da criação, culminaria que o Reino de Deus fosse manifestado dentre estes habitados pelo Espírito do Criador que é gerador de justiça, paz e amor. Isto se inicia como um transporte, Deus se faz criatura dele mesmo para ser exemplo palpável da possibilidade de vida plena para a humanidade, para então, aqueles que aceitam o bom (a verdade da vida) receberem o Espírito que dá compreensão destas mesmas verdades para viverem de forma a construir através do cotidiano consciente o Reino que nasce dentro dos que creram para se materializar no mundo, através dos mesmos atributos de justiça, paz e amor.
Não importa tanto saber quando ou como a plenitude do Reino se dará, o ensino de Jesus não foi este, mas sim, o de fazer que o Reino se manifesta em todos os momentos, em todas as circunstancias, por livre agir do Espírito em nós. Que cada um aprenda através da consciência que deve buscar o que é bom, o que gera vida, não de forma institucional, política, mas de forma individual de crescimento do ser espelhado no Mestre da vida, fazendo cada individuo consciente exercitar o crescimento que gera o Reino já no presente momento, esbarrando no próximo tudo que exala de graça, que flui de natural, sendo mover sublime.
As bem-aventuranças são afirmações naturais de causas espirituais quando afirmam do pobre (Mt. 5.3) porque este é aquele que se chega a Deus sem comprometimento externo, que se encontra sem recursos e sem saídas, aquele que como criança não possui proteção, pela humildade desta circunstância não física é que eles conseguem o Reino dos Céus. Em consequencia o manso herda a terra (Mt. 5.4) porque aquele que possui tal atributo é tão grandemente sábio que é humilde de forma que não podem lhe interromper o ciclo, esta é uma afirmação espiritual de uma causa natural, para mostrar que Deus possui os dois planos como complementos de seu propósito absoluto. Fome e sede de justiça é outro aspecto similar de afirmação, pois quem busca justiça é justo em seu caminhar, a justiça não é só para se alcançar de externo, mas atos justos têm justiça por consequencia (Mt. 5.6).
Se existe aflição, existe algo que move o interior do ser, a aflição por causas que fogem do banal, mas são profundas na alma, Deus olha para estes (Mt. 5.5).
Jesus ensina que há uma lei natural de causa e efeito (Mt. 5.7) quando diz que os misericordiosos alcançarão misericórdia, e ensina uma lei natural do espírito (Mt. 5.8-11) quando afirma que aquele que é puro de coração (honesto com o espiritual, que não é boçal, negligente ou mesquinho, que faz barganha ou se vê sábio e poderoso) estes verão a Deus; e ainda diz mais, que o que promove a paz é chamado filho de Deus, porque é visto nele algo que vai além do sistema deste mundo corrompido, que acaba por perseguir os que promovem a justiça por esta atrapalhar o processo de erro do sistema gerador de morte. Vê-se nisso tudo a construção do Reino desde já por aqueles que se encontram em tais situações espirituais em seus interiores, não por lei, mas por liberdade que move o espírito humano conscientizado pelo Espírito Santo.
Diego Marcell
09-2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário