11.11.11

Jesus Deus filho

É de fundamental importância teológica entender este aspecto da filiação divina de Jesus, não, porém, como entidade dissociada do Pai, algo que o evangelicalismo deixou a entender nos últimos tempos com seus inflamados clamores pelas pessoas da tri-unidade de forma individual, fundamentada nos primeiros concílios da igreja para combater heresias emergentes na época, com o passar de muitos séculos e a distancia cada vez maior da cultura de quando o texto sagrado foi escrito, perdendo assim boa interpretação do que seria o Deus que se manifesta em três formas e não três deuses que são Um, apesar de não expressar de forma tão clara isso, fica evidente nas pregações, ensinos e direcionamento das orações que Deus se tornou três entidades distintas.
Se o Espírito é a ação da vontade do Pai, o Filho é o sentido da criação, é a conexão e a consumação de tudo que se materializa. Se da mesma essência procede, então Deus Criador andou com sua criação e vivenciou como criatura o efeito da matéria; isso era necessário para mostrar à criatura a soberania do Criador através do rebaixamento do Máximo como inversão de conceito provando que o Superior assume a condição plena e que a criatura envolvida neste plano e principalmente a humanidade como projeto realizado e, portanto agraciado sob leis naturais e sobrenaturais já não precisa sofrer este desvio de propósito.
Declarar a filiação particular de Jesus naquele contexto do Novo Testamento contrariava toda religião e cultura judaica, sendo um exercício difícil e arriscado para quem fazia tal declaração. Inclusive para os próprios discípulos de Jesus que vieram a ter noção do termo posteriormente aplicado com mais clareza apenas após a ascensão de Cristo num processo gradativo que culminaria em idéias mais bem formadas daquele a quem seguiam e que se apresentaria nos quatro evangelhos.
Talvez o fator determinante na negação do seu Messias por Israel seja justamente o poderio da religião institucional que ainda via Deus como regional e o libertador como estadista, como governante terreno e não como um libertador da humanidade que se amarrou em erros históricos perdendo o foco de correspondência plena dela como propósito de um Criador.
A filiação de Jesus e a expressão de que agora aqueles que crêem em Jesus também recebem a filiação resulta no retorno de um propósito que se renova, se apresenta melhor e ainda oferece a esperança de uma vida plena ao lado do Criador, tudo proporcionado pelo próprio Criador numa representação que deve ser copiada, Aquele que criou à sua imagem se faz imagem para ser criado o novo pensamento, o novo homem e um novo reino que entenda o propósito na referência maior da criação que é o Criador nascido como filho do homem.


Diego Marcell
09-2011

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