25.9.11

Friedrich Nietzsche (1844-1900)

Filósofo e escritor alemão. Revolucionou o pensamento europeu, suas obras tiveram grande repercussão no mundo moderno.
Nietzsche foi influenciado primeiramente por Schopenhauer e Richard Wagner, do qual se tornou grande amigo. Foi nomeado professor de filologia em 1869. Acabou interrompendo o magistério e abandonou-o definitivamente um ano mais tarde devido seu péssimo estado de saúde. Desentende-se e afasta-se de Wagner, quando da publicação da ópera Parsifal, acusando-o de ter-se entregue aos ideais cristãos.
Nietzsche passou por três fases em sua vida; nesta última, sua obra toma forma definitiva onde desenvolve seus temas fundamentais, apenas pinceladas nas fases anteriores.
Enquanto que para a maioria a busca da verdade, do conhecimento é uma constante; para Nietzsche a verdade, o conhecimento, a religião, o cristianismo devem ceder lugar à vontade do poder.
O que vem a ser a vontade do poder, afinal?
A vontade do poder consiste no instinto vital de cada um de impor as suas vontades aos outros. Não aceitando opiniões, idéias, situações que lhe cheguem, sem questioná-las, debate-las, o mais possível, para transformá-las de modo que venham ao encontro de seus próprios desejos e vontades.
Daí surge a lei do super-homem, que nada mais é, que, a conversão dos valores colocando-se acima do bem e do mal. Nas suas palavras: “A maior elevação da consciência de força no homem: gera o super-homem”.
A maior felicidade do super-homem reside no domínio que exerce sobre os homens inferiores. Sua divisa “viver perigosamente”, como define em seu livro Vontade de Potência (p. 285):
O viver perigosamente dos fascistas foi extraído do aforismo de Nietzsche. Mas para eles, viver perigosamente foi a vida que levaram ou levam. Mas Nietzsche definiu bem o que entende por “perigosamente”, quando exemplificou: para o filósofo é a investigação, para o virtuoso as aventuras da imoralidade. Viver perigosamente é arriscar algo do que se tem, é preciso que o homem esteja em risco de perder alguma coisa, para dar valor a esse “algo”. Este é o verdadeiro sentido de Nietzsche e não aquele que certos interpretes quiseram atribuir-lhe: o de se viver à margem da lei, da vida, da ordem, no risco continuo da própria existência”.
Nietzsche reduziu os sistemas morais em dois grupos:
- Aqueles que se submetem ao sistema, que não se opõe, e que nunca chegam a lugar nenhum, ou seja, os fracos.
- Aqueles cujo poder exercido conseguem impor mudanças, fazendo com que os outros aceitem sua vontade, os super-homens.
Depois de fazer do super-homem o senhor de si mesmo Nietzsche atribui-lhe a qualidade que faltava para se transformar no próprio Deus: a eternidade. Fundamenta-se na idéia filosófica pré-socrática.
Como ele bem explica, “o universo todo e cada ser, desenvolve-se através de ciclos que se repetem incessantemente. Sou parte das causas do eterno retorno. Voltarei eternamente para esta mesma vida, idêntica em todas as coisas, para novamente ensinar o eterno retorno de todas elas”.
Para Nietzsche “a verdadeira virtude não precisa de porquês. A pratica do bem não deve estar condicionada a uma paga ou ao terror do castigo” (p. 186).
Nietzsche..., um aventureiro no meio da ânsia de conhecimento e poder. Um ser extremamente voltado para a libertação da moral, combatente das concepções religiosas. Um homem que achava que a moral no sentido divino devia ser destruída e posta em seu lugar a ética da vitória do homem sobre si mesmo. Um homem que levanta a duvida, a incerteza, a contradição de todo um sistema. Um homem que leva a um convite para se repensar a própria existência... Um super-homem que alçou um vôo tão alto que não pôde retornar.

Dione Salvatti F. Martins

REFERÊNCIAS

NIETZSCHE. Vontade de Potência – Parte 2 – coleção Mestres Pensadores. Ed. Escala.

Enciclopédia Brasileira Globo – Volume VIII. Porto Alegre: Editora Globo, 1971.

Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia – Volume 4. Editora Hagnos, 2008.

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