A galeria recebe bem meu trabalho, não
tem previsão de ganhar dinheiro, gasto 20 reais na promoção de linguiças
vencidas. Estou entediado, vou para a rua, meus últimos 30, 7 na cerveja, não paro
de esbarrar nos pedintes, estranhamente respondo, não me compreendo, estou
dando minha cerveja.
Me irrito, vou ao morro, ver se
encontro uma preta velha, sei que jamais a verei. Pego uma dose barata de
cataia com meu troco. Um monte de uruguaios que acham que sabem sambar,
brasileiros de merda fazendo samba baiano, samba quadrado, chuva ácida que cai.
Tiro um capoeira com cara da rua,
quero pagar uma bebida, jogo umas moedas e peço uma dose mais reforçada, vem
pior, fico puto, bebo de uma vez.
Estou puto. Estou zerado, a cidade
está uma merda, morta. Não me masturbo a mais tempo que transo, 9 dias, gozo
vendo Fernanda Young, nada faz sentido.
Um dia saturado, queria socar,
chutar as lixeiras da cidade, não consigo pensar, nem quero discursar, quero
beber, ainda mais, dos outros, sem pagar. Quero beber.
Diego Marcell
1/2/18
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