15.10.17

O professor e o caminho




            Em educação um professor deve ser aquele que se possibilite junto ao estudante encontrar a maneira que a mente deste encontre o fim almejado. Todavia, para tanto, minha dúvida é se este instrutor pode chegar a tal condição sem ter ele mesmo vivido o paroxismo existencial, trilhado para o autoconhecimento e despertado o Um, para aí sim compreender as possibilidades da diversidade que está encoberta e onde os tiros no escuro dados pelo mestre valem-se mais da intuição que da técnica.
            Poder-se-ia com tanta ciência fazer algo aos homens quando estes já não são uma massa?
            De fato o tempo me deu mais compreensão de Nietzsche e o que sua filosofia traz, que os manuais. As instituições de ensino com suas múmias de calculadoras nas mãos não podem fazer mais ao homem que um desjejum. Se falta antropofagia na vida acadêmica falta alma na escola.
            Como alguém que não dispõe a própria existência como proposição criativa pode ter a ousadia de vestir-se da capa educacional?
            Visto que não há alimento, pois o espírito covarde não sai à caça, acomodando-se com os enlatados; assim como iriam aceitar a pluralidade cultural imediata daqueles que tentam a satisfação por vias inéditas? Ele exige a etiqueta para suportar o mundo, mas ele é incapaz de criar as próprias etiquetas por não aceitar a desordem que é causa e efeito, seu mundo não aceita porque não se sustenta, então reproduz o que é dado por um poder, como consequência acrescenta-se doxa inflando ainda mais a distribuição deste mesmo poder.

Diego Marcell
15/10/17

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