16.10.17



Em alguns momentos eu tentei produzir textos com estruturas engessadas por normas sejam elas quais forem, numa falta de autoconhecimento artístico para a possível aceitabilidade de uma estrutura de poder que de alguma forma eu ratificava inconscientemente. Não quando, porém, eu fazia coisas como o Modertrô, num total exercício de liberdade e investigação de minha própria satisfação/criação estética. Hoje mais consciente dessa liberdade para minha particularidade, adquirido conhecimentos filosóficos e artísticos, posso retomar tal liberdade sem qualquer culpabilidade por estar finalmente diante de mim, ou seja, a importância do conhecimento para a destruição de valores instituídos mas que não correspondem ao que cria, ao que se possibilita criar. É um retorno. Se antes o eu era cru e seguia sozinho pela mata, ao encontrar a aldeia aderira às normas lá estabelecidas, mas descaracteriza-se como indivíduo construtor de sua existência através do desvendar. Todavia quando se adquire conhecimentos múltiplos de pensadores e culturas diversas você pode novamente se reencontrar ao entender que as regras da aldeia não são validas ao seu espírito, então vai-se à caverna, pois nesta solidão estrutura-se o ineditismo diário, com o entendimento das possibilidades e da ausência das regras dadas você descobre a efetividade de um acordo específico.

Diego Marcell
15 de outubro de 2017
Texto-performance

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