6.1.17

Pós-gênero: um protocolo de efetivação ao indivíduo




            A integralização do pós-gênero como eficiente na sociedade não deve se dar por qualquer tendência ou tentativa de quebra, por movimento ativista ou correntes de minorias como, por exemplo, se apresentam hoje no Brasil; mas por uma construção natural na sociedade dos agentes necessários que já se fazem autores e atores de tal aspecto ou até aspectos, porém, conscientizar-se de dentro dos aspectos também se faz necessário.
            Não devemos conjecturar normas sexuais, ou opressões de poder quando pensamos o tema, pois desta forma o carregamos de bobagens impróprias que vêm apenas poluí-lo. Pós-gênero não é mais discutir o gênero em si, pois isto implica aplicar (mesmo que não se pretenda) regras, essa é a consequência da revolução; e não se deve buscar a revolução, mas a evolução, que neste caso se apresenta como entendimento de seu tempo e onde este entendimento deve desenvolver mudanças na sociedade através de hábitos e não discursos.
            Sendo assim o pós-gênero passa por uma mudança de valores materializados nas atitudes e não nos discursos, falando como eficiência; evidente que o discurso se faz necessário na medida que corrobora à explicação da materialidade do ato, como uma espécie de autoconsciência, porém devemos lembrar que “a letra mata”, ou seja, a ideologia por trás do discurso quando geralmente se inclina demasiadamente a ele e esquece-se de ver as coisas vivas do dia-a-dia. Quando pela representatividade de indivíduos se faz tão significativamente na sociedade dando-nos a oportunidade de compreender o pós-gênero (ou qualquer outra questão) pela efetividade da prática, que é uma maneira de se fazer entender através do embate da realidade e não da forçosa atribuição de interpretação sob valores de uma subjetividade externa que pretende universalizar.
            O pós-gênero por si só tende a desqualificar o discurso ideológico por não ser dualista, ao cancelar a caixinha predeterminada pelo sistema o fenômeno sem segmentação especificada anula também a tentativa de imposição sujeita a qualquer ideal, cabendo unicamente ao pós-gênero como autorreferente ser o que é, passando assim a valorização unicamente do indivíduo.

Diego Marcell
14/01/15 – 06/01/17

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