A integralização
do pós-gênero como eficiente na sociedade não deve se dar por qualquer tendência
ou tentativa de quebra, por movimento ativista ou correntes de minorias como,
por exemplo, se apresentam hoje no Brasil; mas por uma construção natural na
sociedade dos agentes necessários que já se fazem autores e atores de tal
aspecto ou até aspectos, porém, conscientizar-se de dentro dos aspectos também se
faz necessário.
Não
devemos conjecturar normas sexuais, ou opressões de poder quando pensamos o
tema, pois desta forma o carregamos de bobagens impróprias que vêm apenas
poluí-lo. Pós-gênero não é mais discutir o gênero em si, pois isto implica
aplicar (mesmo que não se pretenda) regras, essa é a consequência da revolução;
e não se deve buscar a revolução, mas a evolução, que neste caso se apresenta
como entendimento de seu tempo e onde este entendimento deve desenvolver
mudanças na sociedade através de hábitos e não discursos.
Sendo
assim o pós-gênero passa por uma mudança de valores materializados nas atitudes
e não nos discursos, falando como eficiência; evidente que o discurso se faz necessário
na medida que corrobora à explicação da materialidade do ato, como uma espécie
de autoconsciência, porém devemos lembrar que “a letra mata”, ou seja, a
ideologia por trás do discurso quando geralmente se inclina demasiadamente a
ele e esquece-se de ver as coisas vivas do dia-a-dia. Quando pela
representatividade de indivíduos se faz tão significativamente na sociedade
dando-nos a oportunidade de compreender o pós-gênero (ou qualquer outra questão)
pela efetividade da prática, que é uma maneira de se fazer entender através do
embate da realidade e não da forçosa atribuição de interpretação sob valores de
uma subjetividade externa que pretende universalizar.
O
pós-gênero por si só tende a desqualificar o discurso ideológico por não ser
dualista, ao cancelar a caixinha predeterminada pelo sistema o fenômeno sem
segmentação especificada anula também a tentativa de imposição sujeita a
qualquer ideal, cabendo unicamente ao pós-gênero como autorreferente ser o que
é, passando assim a valorização unicamente do indivíduo.
Diego Marcell
14/01/15 – 06/01/17
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