26.1.17

OntoArte?




            Desconfio de todos os super homens, os sábios, os mestres, os doutores, aqueles que conseguem se dedicar de tal forma a alcançar a perfeição através da técnica e de uma paciência budista a ponto de fazer discípulos que se tornam de tal forma fanáticos indo ao patamar religioso, sempre parecem vendedores de um saber místico alcançado por um escolhido, essa coisa altruísta dos escolhidos é o que estraga o mundo, o melhor escolhido, mas o verdadeiro escolhido é aquele que não está nem aí para os outros porque compreende que só se chega às respostas sozinho e todo o resto é causa como até não se chegar a isso, pois toda essa posição está aí para nada além da autoproclamação e exaltação dos egos humanos, o ego que quer aplauso, hoje a construção da glória se faz forjando a doxa, gravando o próprio aplauso e sobrepondo num áudio que é dado “play” por um braço direito, que geralmente é um incapacitado que encontra refúgio nas sobras do outro, no respingo da glória alheia sobre sua pobre alma.
            Se a teoria traz a ideia da autotécnica, ou seja, a questão onto como reconhecimento do uno, há esta institucionalização do termo em espaço, privatizando o conceito, como uma marca no marketing, revelando no fundo aspectos que fogem ao verdadeiro sentido de expressão artística, mesmo porque se fosse honesto, ainda assim não seria preciso criar terminologias a não ser como reduto de um conceito ao campo mercadológico.
            Ou a OntoArte existe como escola no sentido restrito, aos moldes de uma concepção de seu autor, delegando assim ainda ao exterior estes supostos ontoartístas e aí a teoria não faria sentido, sua ideia filosófica; ou esta teoria é aplicada e por consequencia universaliza-se o conceito para ser aplicado e finda-se qualquer institucionalização do mesmo como restrição espacial, como pode ser observado nos sites oficiais.

Diego Marcell
17/9/14 – 27/1/17

Nenhum comentário:

Postar um comentário