21.3.16

Sou outono
Pele morta textura viva
Dândi da pancadaria suja
A socar verdades
Vândalo de totens
Solidão latente de futuro soterrado
Voz abafada pelo lalalá demente
Me distancio do discurso
Vou pra longe dos que tem
E dos que acham que são
Vou em direção às formas
E ao uso indiscriminado
Ser crime
Marginalidade atômica
Monstro diletante
Convoco orgia na biblioteca
Mas todos fogem
Com seus tratados nos braços
Correm desesperadamente
Tropeçando nos próprios argumentos
Amassados
Sujos de bosta
Sujos de ideologia
Sujos de cachaça
Sujos de dinheiro sujo
Sujos de ideias mal pensadas
Fugiram tropeçaram sangraram o joelho
Xingaram meus antepassados
E cuspiram como medrosos
A uns quilômetros de distância
Assim continuei sendo mais
Sendo estrago sendo entressafra no populismo
Sabendo o absurdo
Me suspendo
Epoché
Rasgo contratos
Invento outros
Com parágrafos obrigatórios
À ataraxía.

Diego Marcell

21/3/2016

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