12.12.15

Se a angustia me devorar
Me deixarão apodrecer numa sarjeta
E cercado de gestos de uma santidade salvífica
Meu corpo inerte terá que sucumbir à hipocrisia de vossas almas.
A meia-noite me chamarão de pecador
Ao meio-dia de vagabundo
Mas é às cinco que me chamarão de assassino.
Nunca poderão amar alguém tão grotesco que se banha em águas puras
E que se alimenta de restos de uma mesa idealizada.
Quando a angústia me devorar
Eu já não terei hálito para aguentar.
Quando a natureza te impõe um verme na alma
Não são as pedras que ferem seu corpo.

Diego Marcell

22/7/2015

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