Alguém avise
para o Oswald de Andrade que a transformação do Tabu em Totem já ocorreu no seu
país macunaímico e quiçá em todo
ocidente, inclusive no velho. Outra coisa que ocorreu já por aqui é o fato do
antropófago habitar a cidade de Marx, porém, se de fato encenássemos os dramas
pré-históricos ele teria ido embora cedo demais, antes da queda da cidade que é
evidentemente derrubada pela falta de dramas pré-históricos. Não só a dialética
tem o lado conservador, como este antropófago marxista é todo ele conservador,
e depois de transformar o tabu em totem, criou outros tabus a partir de restos
insignificantes que via pelo chão e atrapalhavam seu caminho de ócio da
terceira terra do mundo.
Este
antropófago aprendeu que não existe mais aquele meio de produção e é uma pena o
velho antropófago não ter vivido para presenciar a Era pós-atômica, o que ele
pensaria da Era biológica? Esta podia quem sabe entrar nas suas discussões com
mais profundidade que a simples ideia que a frase de Marx - “o homem
transformando a natureza transforma a sua própria natureza” – possa se
prolongar além dos aspectos físicos da bomba ou da mecânica industrial.
Nesta
nova Era, a bandeira ilógica não abandonou de todo a técnica, mesmo porque isto
seria recorrer também a dramas pré-históricos, portanto, só tenho uma coisa a
concluir: que seus filhos e netos ficaram caretas e reacionários no sentido
pejorativo dos termos, justamente por se dizerem socialistas; nesta nova Era é
preciso que se transforme o totem em farinha e que se devore com um delicioso
frango assado em qualquer areia do litoral brasileiro, esperando um navegador avant garde para ser devorado à revelia,
caso isso não aconteça, transformaremos nossas praias em seitas com os deuses
mais fracos que a historia do homo sapiens jamais poderia imaginar, mas quem
sabe até o teu afanado homem de Cro-magnon poderia participar calando assim os teólogos
medievais e nivelando por baixo nosso direito de vir-a-ser, nem nosso compadre
Mário e seu robusto arquétipo poderia adentrar a festa devido um certo odor ocre
e fascista que envolveria o local, ou seja, eles ficaram com nojinho de comer
europeu, agora só se comem naquela casta deles, que não preciso dizer também nesta
carta o que já disse em tantas outras, mas a realidade de seus netos
infelizmente é esta meu caro, o estomago deles acostumou com o mesmo de sempre
e isto foi instituído como correto, seja lá como isso se dê!
Diego Marcell
24/7/2014
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