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O
que o mundo contemporâneo tem produzido, graças a vida virtual, é incrível. A filosofia
que está se fazendo, a sociologia e a nova antropologia, todas longe da
academia, estão matando os filósofos, eles já não importam e não importam
nenhum de seus conceitos para que eles vivam, seus signos que importavam, na
verdade os conceitos são 100% novos, sem resquício nenhum, existem imagens,
imagens novas, e o fragmento não é como colocavam os teóricos a 20 anos, o
fragmento é extremo, o fragmento é vazio, o mais profundo é totalmente
resignificado, o hipertexto não tem texto, mas é autorreferente, estas pessoas estão
lá fazendo sem perguntar nada, estão criando uma filosofia do zero e não estão dizendo
que estão filosofando, não acreditam nisso, faz parte do fazer, do ser neste
mundo, a morte do conceito é o que está se fazendo e tudo sem declaração,
apenas o ato existe e somente o agora, e agora é que entendi a morte da
história, a história tem validade, os arquivos são mantidos por cinco anos,
cinco meses ou cinco segundos, esta é a história, o eterno agora, poderíamos usar
Vinícius de Moraes de referência, mas não, porque Vinícius só interessa na
prateleira, estas pessoas fazem suas próprias questões baseadas somente neste
eterno presente, e mesmo quando se diz que alguém errou, a palavra usada no
passado é de um passado irreal, a ficção cientifica foi substituída pela ficção
histórica, todo imaginação, o intocável, o outro mundo pertence apenas ao visual
de um tempo que alguém conta, que deveriam estar em livros de história, mas
Napoleão é tão mitológico quanto Odin. A construção literária do Twitter e a
vida expressa ali é o mais próximo que se chegará de Dostoiévski, e a maneira
de jogar no Nintendo Wii é o Bertolt Brecht de hoje, mas não é sobre isso que
quero falar, na verdade há coisas mais fortes, o design substituiu a literatura
e não só a arte, ele foi além, ele é o conceito em si do vir-a-ser.
Já
os ícones, estes estão destituídos de conteúdo, conceito, história, estrada; a
real relatividade da vida transformou o ícone em imagem autorreferente do
individuo que vê, ninguém mais faz, o ícone não existe antes, o signo também (quase)
não existe antes, depende um tanto do seu lugar como signo, mas o ícone, ou
seja, o dono da imagem não tem poder sobre ela, não é mais o dono da própria imagem,
o ícone só tem significado no outro, no livre transito pelo outro, lá o ícone é
do outro como única forma de vida, única possibilidade.
Os
teóricos estão tão distantes que a teoria se acaba na restrição espacial, sendo
que talvez em cada história ela havia sido a única que transpunha o espaço. Os novos
filósofos não exercem qualquer teoria que ultrapasse três linhas, ou seja, na
sinopse é que se apresenta a teoria, e a pratica parece ser menos acionista,
mas é só a visão de quem não pertence a esta “geração”, pois estes sabem que
tudo que fazem é só ação. A sociologia que se dá como fala e como texto
autoexplicativo analítico, age na mescla sem barreiras, a partir deles já não há
cultura de massa, apesar da indústria cultural estar lá, ela é estuprada num
gesto de polisedução e auto-orgasmos.
Apesar
do povo nunca ter ouvido audivelmente o teórico, agora pela primeira vez sua
voz é ignorada pela antropologia cultural, toda afirmação de uma construção se
dá pelo signo construído, é ato total, se pensa fazendo, nem antes nem depois,
somente o momento é usado e se existe algum conceito é ele mesmo, por ele
mesmo, no seu existir.
Os
filósofos que escreveram sobre pós-modernidade não fizeram filosofia
pós-moderna ou não escreveram, não teorizaram de forma pós-moderna, por ser
muito difícil de fazê-lo, sendo que a própria pós-modernidade, ainda mais
evidente agora que ela conseguiu com seus objetos contemporâneos praticar-se
mais completamente, sendo que ela mesma não age da forma que sempre se costumou
ser intelectual, há uma mutação da intelectualidade no dia de hoje.
10-07-13
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Sou
a favor de toda esta digitalização e seu uso que seja 99%, mas confesso que
ainda tenho medo da sua posse total dos objetos, da existência dos mesmos
somente em suportes digitais, pois vai que uma destas teorias conspiracionistas um dia se tornem reais
e um boom qualquer resolva matar os servidores?!
Veja
como minha forma de descrição da ideia, da teoria, vem sendo sintética, resumida,
essencial; eu me deparo com isso numa autoanalise de que prolongar tais questões
fogem do propósito atual que serve à ideia, eu chamo ideia de chama, chamo no
poema, mas é isso, vou da divagação à síntese, nunca a exaustão, pois esta a
meu ver não tem “por quê”. Acredito que o contexto faz com que esta síntese seja
subentendida e por isso a demasia é desnecessária, se o resultado é favorável ou
não também só saberei no futuro, quando vierem as questões.
Diego Marcell
15-07-13
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