Sempre fui muito lógico, muito
quadrado, tudo tem uma ordem e só acontecem sob esta ordem, só agora, mais
velho, me aproximo de alguma ludicidade, tento transformar o quadrado em
circulo, mas não consigo, por mais que eu engula o oriente sou ocidente e estes
gregos, parece que não me deixarão nunca. Tento jogar por jogar, tento deixar o
fim, esquecer que ele existe, tento sair da linha, mas tudo tem ordem e nada
consegue acontecer sem ela, não há concentração, não há ato real, bem feito, não
há “eu” fora desta ordem que deve ser desenhada na minha imaginação para que
viva fora de mim, além de mim, extensão.
Desde muito pequeno, uma criança que
precisava de motivos, que toda brincadeira precisava de sentido e se algo não é
aceitável no mundo real, também não era em meu mundo infantil. A brincadeira linguística
sempre foi carregada de verdade, diferente da mesma atitude na boca da maioria,
uma expressão era sua máxima, do contrario não poderia existir.
Se hoje busco este circulo, sair do
sentido e ser imagem e ato vazio é porque vejo e sinto o quão sofrível é viver
nesta lógica, nesta realidade conceitual que emana de minha natureza e me
aprisiona e escraviza diante da falta de sentido da vida.
Diego
Marcell
16-07-13
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