7.8.13

Sair de ordem


            Sempre fui muito lógico, muito quadrado, tudo tem uma ordem e só acontecem sob esta ordem, só agora, mais velho, me aproximo de alguma ludicidade, tento transformar o quadrado em circulo, mas não consigo, por mais que eu engula o oriente sou ocidente e estes gregos, parece que não me deixarão nunca. Tento jogar por jogar, tento deixar o fim, esquecer que ele existe, tento sair da linha, mas tudo tem ordem e nada consegue acontecer sem ela, não há concentração, não há ato real, bem feito, não há “eu” fora desta ordem que deve ser desenhada na minha imaginação para que viva fora de mim, além de mim, extensão.
            Desde muito pequeno, uma criança que precisava de motivos, que toda brincadeira precisava de sentido e se algo não é aceitável no mundo real, também não era em meu mundo infantil. A brincadeira linguística sempre foi carregada de verdade, diferente da mesma atitude na boca da maioria, uma expressão era sua máxima, do contrario não poderia existir.
            Se hoje busco este circulo, sair do sentido e ser imagem e ato vazio é porque vejo e sinto o quão sofrível é viver nesta lógica, nesta realidade conceitual que emana de minha natureza e me aprisiona e escraviza diante da falta de sentido da vida.

Diego Marcell

16-07-13

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