Na tristeza desta vida só me restam
os filósofos, mas só quero os pessimistas, os indignados, os que criticam a
falsa beleza dos estetas com segundas intenções.
Chega de falsas esperanças, da família
do comercial de margarina, essa vida que passa como se o fim único dela mesma
fosse ser feliz. Aí qualquer tombo se torna inferno eterno. É preciso estar
blasé diante do êxtase e diante do vazio. Diante do gozo e diante da dor. Já que
a vida ninguém sabe e o realismo é não saber.
Te imputam a mesmice logo ao nascer
e você cresce ferido antes mesmo dela acontecer, sente dores que hão de vir
nesta sequencia obvia e quando finalmente chega a esperada desilusão você já sabe
como deve agir, como personagem da telenovela.
Novos fenômenos são criados
artificialmente em nossa cultura de massa e ocidental, deles aguardamos o que já
sabemos com a precisão das exatas do ensino médio. São carcaças sem base
natural que carregam algumas sociedades para o determinismo cultural, mas quem
recolhe o valor cultural do individuo? A vida vista por cima é composta de
outras noções e de forma muito mentirosa as culturas primitivas são valorizadas,
pois o Estado sabe que elas não ameaçam em nada, muito pelo contrario, geram um
caráter de contra partida social, por isso quando o homem da cidade resolve
adotá-la é ovacionado, mas quando aqueles querem abandoná-la são lhes imputados
grandes problemas sociais.
O homem negro não pode aderir
aspectos brancos, mesmo que alguns sejam universais, mais que de segmentos,
como se a cor da pele exercesse obrigatoriedade sobre identificações genéticas;
o homem negro não pode abandonar nada que se refere à cultura africana
primitiva, mesmo que estes aspectos sejam da humanidade primitiva mais que de
localidade do mundo moderno – do homem moderno.
O homem branco, principalmente o de
olhos claros, assim como eu, deve seguir o modelo comercial de margarina, do
liberalismo, mas também da complacência com pobres e minorias, mesmo no Brasil
onde a colonização midiática é menos latina e mais anglo-saxônica, então aquele
que pensa a maneira francesa é um babaca.
Nos autoexcluímos das discussões latino-americanas
e nos voltamos a cultura de massa terceiro-mundana,
impérios não mais do estilo português, mas de ritmo pop, apesar de
financiado por leis de incentivo, de remissão fiscal, toda estrutura se faz sob
cópia (nem sátira nem pastiche) cópia mesmo, descarada do hemisfério norte. A grande
diferença é que lá – a nova Inglaterra – que em mutação criou ou ampliou tudo em
nível de indústria; já aqui a forma descontraída de transar com mulheres que
estavam nuas e assimilar descompromissadamente as formas e produzir
artesanalmente o que eles fazem através da fábrica. Esta é a diferença.
Diego
Marcell
01-06-13
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