3.10.12

Concepções pós-modernas da teologia e dos erros humanos




            O ser humano possui uma necessidade fundamental de tudo institucionalizar, fazia menos de meio século da ascensão de Cristo e se percebe claramente a distinção do ato de ser igreja atuante pela formação humana daqueles livres ensinos do seu mestre. Em pouquíssimo tempo o ar institucional, o ritual já é enquadrado em formas que tendem a ficar cada vez mais fixas, é o aparecimento de mais uma religião no mundo, sai do porte transcendental de Religião em Deus que se materializa em homem e mensagem e tem atuação intrínseca, para seguir agora o cristianismo dos apóstolos e logo depois dos padres. A igreja já não é a reunião do povo de Deus, mas é agora um órgão material e depois se tornará sinônimo de religião e até de templo.
            Paulo foi se influenciar por Platão, já Santo Agostinho foi receber em sua alma defeituosa as palavras de Paulo que iriam causar-lhe mutações decorrentes de seu estado mal resolvido, este já em conflito com a vida iria pecaminizar o mundo e ali encontrar sentido para seus problemas, culpando a vida e generalizando seu conceito experiencial-particular para o mundo (humanidade), a já cada vez mais institucionalizada igreja iria se influenciar grandemente mais pelo bispo a ponto de influenciar todo seu tempo e território de atuação.
            Muita coisa acontecera, séculos se passaram, reformas surgiram, mas o sentimento de culpa que o dualismo produz, surgido de encontros mágicos, essas ideias que são filhos de grandes pensamentos, onde um discípulo póstumo de Jesus mistura Platão com a recém surgida mensagem derivada do judaísmo e onde a inconstância e a falta de sentido de um homem eloquente encontra neste Paulo respostas para seu estado religioso e existencial, e onde isso persevera até encontrar um filho de pastor luterano que consegue reverter anos de historia religiosa dentro de seus defeitos e virtudes, mas que consegue ver profeticamente o fim desta necessidade material-externa-religiosa para a necessidade de se buscar o “homem elevado”, que será ao meu ver, a única saída religiosa cabível nos próximos tempos, será a transformação pós-moderna da espiritualidade associada ao homem do futuro. Se ele conseguirá ou não alcançar este nível já não cabe a mim, neste momento, analisar.

            A Religião está dentro do ser humano e não fora, é a experiência de Deus, ela se manifesta no sentimento particular de devoção a Deus e não na padronizante tentativa de exteriorizar seus aspectos como se derivados do sagrado, sendo assim sujeitos a devoção.
            Toda tentativa que o ser humano tem de estabelecer a sua “revelação” divina é uma forma de tentar ser Deus, igualar-se a ele, mas pior, é tentar ser superior a ele já que busca mudar a lei natural e a lei essencial determinada pelo Criador.
            Já à muito foi deixado claro que a exteriorização religiosa é justiça, respeito e altruísmo, nenhuma, porém dissociada da outra. Os homens e mulheres tentam na religião agradar a Deus o desagradando com suas noções temporais dos atributos de bem; já a religião de Deus é para os homens e mulheres, para o bem das suas criaturas e para aprenderem dEle para se beneficiarem mutuamente.

            O que ensina a religião é a distorção, ensina morais hipócritas, “não beba, não coma, não transe, não saia...” mas ela não ensina o ágape de Jesus no relacionamento humano e cósmico, a religião não se importa com você, mas com seu deus de espírito mesquinho.

            A ressurreição de Deus na pós-modernidade.

            “Temos uma representação morta de Deus, visto ser uma representação falsa.” (Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia volume 4 M-O, R. N. Champlin, Ph.D. Hagnos, 2008, p. 504)

            O deus retornando ao pensamento da humanidade no pensamento pós-moderno, apesar de não ser o Deus perfeito, mas algum conceito de deus mesmo que ainda defeituoso, mas que trás valores que o progresso do modernismo encerrou, o retrocesso, ou o efeito da revalorização do mundo com auxílios tecnológicos sustentáveis.

Diego Marcell
2011

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