O ser humano possui uma necessidade
fundamental de tudo institucionalizar, fazia menos de meio século da ascensão de
Cristo e se percebe claramente a distinção do ato de ser igreja atuante pela
formação humana daqueles livres ensinos do seu mestre. Em pouquíssimo tempo o
ar institucional, o ritual já é enquadrado em formas que tendem a ficar cada
vez mais fixas, é o aparecimento de mais uma religião no mundo, sai do porte transcendental
de Religião em Deus que se materializa em homem e mensagem e tem atuação intrínseca,
para seguir agora o cristianismo dos apóstolos e logo depois dos padres. A igreja
já não é a reunião do povo de Deus, mas é agora um órgão material e depois se
tornará sinônimo de religião e até de templo.
Paulo foi se influenciar por Platão,
já Santo Agostinho foi receber em sua alma defeituosa as palavras de Paulo que
iriam causar-lhe mutações decorrentes de seu estado mal resolvido, este já em
conflito com a vida iria pecaminizar o
mundo e ali encontrar sentido para seus problemas, culpando a vida e
generalizando seu conceito experiencial-particular para o mundo (humanidade), a
já cada vez mais institucionalizada igreja iria se influenciar grandemente mais
pelo bispo a ponto de influenciar todo seu tempo e território de atuação.
Muita coisa acontecera, séculos se
passaram, reformas surgiram, mas o sentimento de culpa que o dualismo produz,
surgido de encontros mágicos, essas ideias que são filhos de grandes
pensamentos, onde um discípulo póstumo de Jesus mistura Platão com a recém surgida
mensagem derivada do judaísmo e onde a inconstância e a falta de sentido de um
homem eloquente encontra neste Paulo respostas para seu estado religioso e
existencial, e onde isso persevera até encontrar um filho de pastor luterano
que consegue reverter anos de historia religiosa dentro de seus defeitos e
virtudes, mas que consegue ver profeticamente o fim desta necessidade
material-externa-religiosa para a necessidade de se buscar o “homem elevado”,
que será ao meu ver, a única saída religiosa cabível nos próximos tempos, será
a transformação pós-moderna da espiritualidade associada ao homem do futuro. Se
ele conseguirá ou não alcançar este nível já não cabe a mim, neste momento, analisar.
A Religião está dentro do ser humano
e não fora, é a experiência de Deus, ela se manifesta no sentimento particular
de devoção a Deus e não na padronizante
tentativa de exteriorizar seus aspectos como se derivados do sagrado, sendo
assim sujeitos a devoção.
Toda tentativa que o ser humano tem
de estabelecer a sua “revelação” divina é uma forma de tentar ser Deus,
igualar-se a ele, mas pior, é tentar ser superior a ele já que busca mudar a
lei natural e a lei essencial determinada pelo Criador.
Já à muito foi deixado claro que a
exteriorização religiosa é justiça, respeito e altruísmo, nenhuma, porém
dissociada da outra. Os homens e mulheres tentam na religião agradar a Deus o
desagradando com suas noções temporais dos atributos de bem; já a religião de
Deus é para os homens e mulheres, para o bem das suas criaturas e para
aprenderem dEle para se beneficiarem mutuamente.
O que ensina a religião é a
distorção, ensina morais hipócritas, “não beba, não coma, não transe, não saia...”
mas ela não ensina o ágape de Jesus no relacionamento humano e cósmico, a religião
não se importa com você, mas com seu deus de espírito mesquinho.
A ressurreição de Deus na
pós-modernidade.
“Temos
uma representação morta de Deus, visto ser uma representação falsa.” (Enciclopédia
de Bíblia, Teologia e Filosofia volume 4 M-O, R. N. Champlin, Ph.D. Hagnos,
2008, p. 504)
O deus retornando ao pensamento da
humanidade no pensamento pós-moderno, apesar de não ser o Deus perfeito, mas
algum conceito de deus mesmo que ainda defeituoso, mas que trás valores que o
progresso do modernismo encerrou, o retrocesso, ou o efeito da revalorização do
mundo com auxílios tecnológicos sustentáveis.
Diego
Marcell
2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário