13.4.12

Reflexão sobre a literatura



            Os livros que lemos, estas historias criadas pelos artistas da palavra não precisam ser exatamente literais, acabados e totalitariamente materiais em nós, mas basta-lhes ser o que de maior lhes valha, que é: serem mundos subjetivos que habitam em nós pelas imagens que criamos ao ler e que virão à vida a qualquer momento ao cruzarmos pela física com a memória pela associação de fatos e ambientes que depois de originados pela junção de substratos corroboram com o “eu” no ser no mundo por algum mundo atual, momentâneo de fatos e imagens arquivadas que fazem sentido no momento presente do ato que é chamado para ser/fazer-se existir no agora.
            Posso jamais reproduzir qualquer livro, mas o tenho num balaio de sensações que seguem comigo e dialogam com a realidade e me enriquecem para qualquer devir.
            A boa criação literária só é quando nos eleva por conceitos que vão muito além do texto pelo texto, da história pela estória, da estória pela história, da história pela história ou da estória pela estória. A estória deve ter a alma do mito que apresenta ao ser humano um caminho a ele comum e inerente pela ficção, ou seja, a criatura ensina o significado ao criador do seu ato de criar, é a metalinguagem sensorial daquele que decide sair logo após completar algumas paginas do seu livro para vê-lo materializado em si no encontro com a vida, a fantasia que é criada a partir de alguma realidade, mas que só pode existir efetivamente se fizer seu retorno à vida pela manifestação do avatar na coletividade do Cosmo.
            Alguns são mestres nisso, e creio serem eles mesmos os que agora habitam em nós na mutação mágica que é a literatura no leitor que tem gene mutante na alma e à alimenta de palavras significativas. Estes circulam mutados das mais diversas formas.

Diego Marcell
12-04-12

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