18.3.12

Teologia, reforma e ética social



         Como manter “ecclesia reformata et semper reformanda” sem compreensão teológica dentro dos contextos sociais onde a ética moverá sua fluência variável e estática, pluralista e individual?
         Para formar uma teologia cristã, reformada e atual, centrando e unindo os caracteres inerentes da sua estrutura, onde a ética é parte deste gene que nasceu, desenvolveu e modificou-se tantas vezes, muitas delas cumprindo o “slogan” proposto e se reformando, mas muitas outras apenas mudando sem corresponder com seu principio, sendo carregado pelas vertentes discordantes e incoerentes do racionalismo e do fundamentalismo, necessitando da teologia, e necessitando portanto, da centralidade.
         Nos estereótipos formados pelas nomenclaturas, se acadêmicas, transformando assim, num intelectualismo banal, que tenta igualar-se a uma filosofia acadêmica já desgastada e/ou a uma ciência, mas não passando de pseudo-cientifico no seu teórico resmungo literário; seu oposto então, a irreflexão da espiritualidade cega que vê o perigo nesta palavra “teologia”, rasgando todo histórico religioso/cultural que envolve este conceito no âmbito espiritual do ser humano e suas sociedades, ao deturparem um ato teológico pelo conceito racionalista desta teologia nascida no iluminismo, formando o distanciamento e a fragmentação do que nasceu unido e indissociável.
         A ética então caiu em desuso da sua praticidade em ambos extremos. Se no acadêmico ela se restringe a abstração intelectual, no eclesial ela perde a referencia concedida pela razão, sendo formulada a partir de novos conceitos apenas empíricos, as vezes individuais para um todo e tendenciosos pelas vias cegas da ignorância.
         A proposta que nasceu da reforma para sempre se reformar entende na unicidade da teologia que abarca sua ética social e seu envolvimento eclesial de missão e comunidade ministerial o discernimento através destes três pilares que não se separam e só assim podem ser efetivos no cumprimento da sua ação de igreja e fazer teológico nos contextos que nascem ou para onde migram, adquirindo, então as formas de se manifestarem e serem nestes ambientes como expoentes de todo seu papel, desde comunitário, religioso e acadêmico/intelectual como ainda cultural para só assim e desta maneira poder ser a igreja coerente e ter discurso envolvido neste espaço, fazendo-se habitar como entidade cristã a partir da pratica de reforma constante no tempo presente e deixar de ser vulto da tradição que perdeu o significado da sua motricidade inicial e, pelo contrário, ficar restrita a uma estética destituída de atributos que refletem na sua atualidade a sua existência/função/relação.

Diego Marcell
18-03-2012

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