26.12.11

Igreja e transformação social



            Em tempos marcados por noções estratégicas de marketing e administração dentro das igrejas que vêem no crescimento o fim ultimo da realização divina na terra, baseados nisso devemos retroceder ao máximo na relação igreja / indivíduo social, utilizando do dom do pastorado para reencontrar a junção que faz a comunidade na velha noção bíblica de objetividade comunitária religiosa.
            A igreja contextual (que se materializa no espaço) sul-americana e mais, brasileira, em suas inúmeras propostas missionais, teológicas, sociais, ecumênicas por mais que tenha se descoberto em sua identidade ao longo destes 40 anos, tem fracassado em sua longevidade de comunicação e expansão para além de alguns poucos teólogos diretamente ligados a estes assuntos, o que abre novo tópico para refletirmos dentro da Igreja Brasileira pós-moderna.
            Como aspecto primordial a nossa educação teológica e nosso exercício intelectual devem começar o quanto antes a mudar, em âmbitos gerais, mas antes ainda é preciso descobrir como o fazer. A igreja pensante socialmente em suas facetas expostas brevemente na Teologia da Libertação, na Missão Integral, na Fraternidade Teológica Latino-Americana e em outros, deve vazar para além dos seus envolvidos pelo querer destes em estarem expostos a qualquer possibilidade de inovação dos avulsos ou não que se possam surgir em suas direções, e isto abre possibilidade pelo caminho inverso de querer este encontro indo de encontro a aqueles que não possuem conhecimento (as várias instituições) devido nossa limitada educação teológica brasileira.
            Se eu como individuo atuante e preocupado com as questões sociais que a igreja deve envolver-se baseado que a fé cristã não está dissociada dos Direitos Humanos, devo encaminhar minha comunidade ao dialogo num sentido bem mais amplo pela realidade brasileira que em nosso papel local se fará atuante numa unicidade ideológica nacional, mas para isso deveria haver uma aproximação para além da mera teoria ou das fechadas rodas eclesiásticas oficiais. Independente disso, minha comunidade deve ser atuante em seu local (rua, bairro, cidade, dependendo de suas condições espaciais) como manifestação do Reino de Deus que é de justiça em prol da igualdade de todos, como ser pensante do Todo que faz parte e não da exclusiva participação para dentro das paredes do templo e de suas diretrizes políticas internas ou segundo um “líder”, mas se apresentando verdadeiramente como Igreja, ou seja, comunidade que dialoga e age em muitas vozes num ponto comum de igualdade e justiça.

Diego Marcell
26-12-2011

Um comentário:

  1. impossível aceitar uma realidade que diverge destas considerações,
    e ao mesmo tempo impossivel encontra-la!

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