27.11.11

Nem café, nem mar

Está tudo determinado
Na delicadeza do escuro
Minha tinta óleo
Que jorra dos olhos
Ganhando brilhos indispostos das ruas
Formando penínsulas velhas,
Deterioradas
A insônia passa pelos sonhos assustados
Pelos planos resguardados
Pelos outros, dos quartos ao lado
Que agora pretendem dormir
Eu só queria ter a manhã só pra mim
Os sonos leves da manhã
Que me fazem viajar
Já que nem mar eu tenho pra visitar amanhã
Hoje
Nem mar pra me acordar
Café gelado de sexta-feira
Hoje é segunda
Nem café, nem mar
E como vou acordar
Se nem dormi ainda
Assim a fome chega
E a tevê está ocupada
Meu sonífero
Radinho de pilha
Nem vi os gols da rodada
Nem fui à festa alguma
Mas não importa
Fiz algo melhor
Melhor que mar, café,
Festa e futebol juntos
Melhor que ter sono
Porque ontem eu tinha
Porque ontem eu fiz
O que não era mergulhar
Mas mergulhei
Bebi café de sexta, mas ainda era domingo
E o resto deixa pra lá
Porque eu desconfio que me deu um soninho.

Diego Marcell
05-03-2007

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