A justiça de um Deus dito justo deve estar acima dos imprevistos materiais (físicos e temporais) que a humanidade está inserida, fazer da conversão fundamento salvífico foi o grande engano que não cola mais. Não que qualquer religião leve a Deus, mas que nenhuma, qualquer que seja o pode fazer.
As religiões cristãs não se isentam de tal falho argumento. Nem a instituição católica-romana pode garantir qualquer contato com o Ser Máximo, nem a razão protestante ou a experiência pentecostal, por mais que tenham certeza absoluta do que fazem e se sintam em dialogo cara-a-cara com um Deus pessoal, isso não acontece.
A religião é fato cultural, que evidentemente vem perdendo força em seu local de origem e já a algum tempo tem se espalhado pelo mundo, fazendo adeptos de outras culturas que se inserem na parcialidade cultural de uma religião sem perceberem que se trata de uma opção deste gênero.
A sociedade pós-moderna, porém, trás em sua essência religiosa toda desculturalização da essência religiosa, adere objetos culturais das diversas religiões e busca na plausibilidade universal o sentido religioso que se agrega de todas as positividades espirituais numa cosmovisão global, mantém-se o símbolo, mas lhe é tirado o poder, que pertence a cultura, valendo apenas o interesse estético que move a alma em vias particulares. Todo e qualquer mito é valorizado como tal e também como didático e filosofal; inclusive como deveria ser desde sempre, mas o ser humano criou forma no abstrato tirando de si a forma de executar o que se aprende pelo abstrato.
Não tem cabimento crer ainda hoje em objetos incrustados de história não necessariamente relevante ou fundamental socialmente, mas o pó acumulado sobre o vaso que acaba por se tornar o próprio vaso cobrindo o desenho que retrata a verdade daquele objeto.
Assim a relevância religiosa na geração que nasce pós-moderna, portanto cosmopolita (pelo sistema de informação) se dá pela espiritualidade plausível no ecossistema e em sua mente pela produção e atuação na realidade social e intelectual por uma cultura de igual porte para se fazer a sociedade em todos seus âmbitos desenvolvedora de razão que só poderá ser Universal se respeitar o limite do indivíduo, este limite sendo expressão sem ser imposição.
Quanto à salvação, cabe apenas a Deus e sua justiça de acordo com o indivíduo em questão, sua metafísica em sua totalidade, o julgamento deve estar destituído da temporalidade e espacialidade cultural quando se pensa de cima para baixo, mas refere-se também a estes elementos quando o sujeito é influenciável em sua metafísica, porém qualquer alocução a respeito deve ser evitada, pois nunca caberá a nós fazê-la, então não leva-nos a lugar algum discuti-la.
30-11-11
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