29.7.18

            Eu sou o único entediado com a contemporaneidade? Com os jogos eletrônicos, com as imagens eletrônicas, com as terminologias de internet? Eu sou o único sem anseio pela novidade generalizada de atitudes sem conteúdo, de reprodução em massa? Eu sou o único sem tesão na última tecnologia? Eu sou o único que tem asco das legendas cheias de ambivalência hipócrita e psiquicamente mal resolvidas das redes sociais?
            Eu sou o único que não acha um problema não jogar o jogo? Eu sou o único que não julga a opção de não se jogar o jogo? Eu sou o único que não acredita que se deva aceitar as regras desse jogo?
            Eu sou o único a achar que o ouro é falso? Eu sou o único a sentir que a música é chata? Eu sou o único a pensar que o filme é idiota? Eu sou o único a perceber que a cultura vendida e absorvida é perda de tempo?
            Eu sou o único que não acredita nos amuletos? Eu sou o único que não inveja os líderes? Eu sou o único que não segue os mestres? Eu sou o único que não veste a marca? Eu sou o único que não chora o drama, que não ri o romance, que não festeja as datas paradas no tempo? Eu sou o único que não come a sobremesa, que não bebe ayahuasca e que não quer saber do Neymar? Eu sou o único pra quem 7 a 1 não significa nada?
            Eu sou o único que nunca votou no PT e jamais votaria no Bolsonaro?

Diego Marcell

05/06/18

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