P – Você tem que
fazer alguma coisa.
F – Estou fazendo,
estou meditando.
P – Você precisa
se mexer, cara.
F – Depois da
meditação farei meu kata.
P – Você precisa
ganhar dinheiro pra viver.
F – O mundo não
quer me dar dinheiro, nem por isso entregar-me-ei à morte.
P – Faça um
concurso.
F – O cotidiano
é insuportável com sua repetição mecânica e sem sentido.
P – Tem o
sentido de ter condição pra fazer o que você quer.
F – O que eu
quero não da pra fazer fazendo o que você acha que eu tenho que fazer para
fazer o que quero porque você não sabe o que eu quero.
P – E o que você
quer?
F – Eu quero a
novidade.
P – Mas como
você vai conseguir essa novidade sem dinheiro?
F – Então não
quero nada.
P – Todo mundo
precisa trabalhar.
F – Eu trabalho
muito mais que qualquer um que você conheça, só que eu não trabalho pros
outros.
P – Quer ter um
negócio?
F – Eu sou o
negócio.
P – Mas o
dinheiro não cai do céu.
F – Enfia esse
dinheiro no cu.
P – Mal agradecido,
nunca te faltou nada.
F – Baseado em
seus critérios, é certo.
P – O que
faltou?
F – Respeito.
P – Quando faltei
com respeito?
F – Em todos os
dias.
P – Por quê?
F – Com 33 anos
eu devo ter uns 20 livros escritos. Você já leu algum livro na vida? Você tem
ideia do que é escrever? Não, porque o empirismo é a única realidade que você
enxerga, tua capacidade de abstração é tão medíocre que qualquer compaixão se
torna inviável; além de impossibilitá-lo de entender conceitos que o façam
entender o que é a existência, porque em troca do símbolo monetário você de bom
grado se entregou ao sistema. Um tanto da sua vida você entregou ao poder, porque
sem decifrar o conceito você não consegue vê-lo como invenção, você o vê ainda
como o mito necessário à sua existência. Mas como você não entendeu nada do que
eu disse, então vou simplificar. O fato é que se você não respeita o meu
direito de escolher um modo de vida julgado por mim para mim sob tal potência
de minha natureza, querendo então me fazer assumir suas crenças, formadas ou
aceitas por sua pessoa, que apesar de meu genitor, é incapaz de reconhecer
tamanha ignorância de tal ato de não agradecer à vida por ter me gerado assim.
Diego Marcell
17/01/2018
Pequenos diálogos
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