3.12.15

Biografia e tempo histórico


               A rotina nos evidencia a velocidade dos dias. Calculamos o caminho pelas sensações.
            Fico pensando se lá no final minha biografia deixará um cara que começou como um santo coitadinho e acabou como um escroto, causador de ódio e repulsa, principalmente se se concretizar esta sociedade careta a que se encaminha, a uma sociedade ultramoralista e coitada como nunca foi nem em minha infância.
            Logo, logo será 2016, parecerá tanto tempo, mas chega muito, muito breve a ponto de já poder-se prever a sensação da velhice.
            E o que fiz?
            E o que faço nisso tudo, na arte, na vida, que tipo de filosofia que se sustenta pela meta ou sei lá que forma de conexão, mas até quando? O que importará amanhã? De fato nada disso importa hoje.
            Sou de outro tempo, gosto de ver os filmes daquela época, mas volto no tempo, comparo seus objetos e vejo a ficção que é a história e a biografia.

Diego Marcell

02/04/2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário