21.9.15

Fenômeno no niilismo


A vida é isso mesmo, é evidente que iremos esquecer quase tudo, mesmo aqueles momentos que nos deram grande alegria, com os amigos, com a família, com os primos; claro que esqueceremos tantas experiências, tantos “agora” divinos, tantos fenômenos relatados na alma; iremos esquecer os vinhos que um dia gostamos, até o sabor de alguma cerveja provada uma única vez; algumas ruas, algumas lanchonetes e até muitas salas, tudo se transformará numa espécie de esboço gasto, quase sem formas em nossa lembrança, sem placas de endereço, sem datas.
            Uns rostos cheios de linhas que outra vida levou, que andou por outro mundo e formou outro planeta subjetivo. História que nada muda e que nada altera sobre seus causadores, o anonimato do fenômeno, o fenômeno é sempre anônimo por ser outro mundo, e os mundos se encerram em si, só podendo contar para seus membros o que acabou de ocorrer, outros mundos não enxergam-te, outros mundos neste eterno agora não existem, não podem existir, jamais saberemos de nós quando partirmos a outro mundo, a outro estado fenomenológico de nossa mente ou quem sabe até de nosso corpo, nosso corpo outro.
            Assim como as maquinas que um dia param de produzir, assim como o arquivo excluído do HD do computador, para sempre, a geração do nada, do possível que deixou de ser, gerando vazios, nos matamos, encerrando nossas próprias razões em nome do eterno além, o eterno fim de nossas possibilidades.

Diego Marcell

10/8/14

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