A vida é isso mesmo, é
evidente que iremos esquecer quase tudo, mesmo aqueles momentos que nos deram
grande alegria, com os amigos, com a família, com os primos; claro que
esqueceremos tantas experiências, tantos “agora” divinos, tantos fenômenos relatados
na alma; iremos esquecer os vinhos que um dia gostamos, até o sabor de alguma
cerveja provada uma única vez; algumas ruas, algumas lanchonetes e até muitas
salas, tudo se transformará numa espécie de esboço gasto, quase sem formas em
nossa lembrança, sem placas de endereço, sem datas.
Uns
rostos cheios de linhas que outra vida levou, que andou por outro mundo e
formou outro planeta subjetivo. História que nada muda e que nada altera sobre
seus causadores, o anonimato do fenômeno, o fenômeno é sempre anônimo por ser
outro mundo, e os mundos se encerram em si, só podendo contar para seus membros
o que acabou de ocorrer, outros mundos não enxergam-te, outros mundos neste
eterno agora não existem, não podem existir, jamais saberemos de nós quando
partirmos a outro mundo, a outro estado fenomenológico de nossa mente ou quem
sabe até de nosso corpo, nosso corpo outro.
Assim
como as maquinas que um dia param de produzir, assim como o arquivo excluído do
HD do computador, para sempre, a geração do nada, do possível que deixou de
ser, gerando vazios, nos matamos, encerrando nossas próprias razões em nome do
eterno além, o eterno fim de nossas possibilidades.
Diego Marcell
10/8/14
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