8.10.13

Microconto da pseudoatriz baseado em fatos reais


            Dizia que era atriz, diretora de elenco e dramaturga, com um mês de experiência conseguiu as três formações. Como atriz numa videoaula sua parte ficou incompreensível, não respirava e não tinha pontuação, uma frase a mais e seria fatal, morreria no Vídeo Tape sem ar nos pulmões, seria uma morte bem tosca.
            Na direção de elenco ou casting (como ela mesma prefere por achar chique apesar de não entender a palavra) desempenhava com primor a falta de argumentos e recursos para tal, mas se valendo da autointitulação do cargo esbanjava arrogância pelos corredores da produtora.
            A parte de dramaturgia é a mais difícil de analisar, sendo que nunca se soube de um texto seu, inclusive a revelação deste cargo se deu de forma peculiar, durante uma aula de espanhol, quando perguntada sobre a escolha do curso, a resposta foi: “é que eu sou dramaturga e quero ampliar meus conhecimentos para escrever minhas peças.” Será que ela quer escrever para o mercado castelhano? Mas podemos sim fazer uma breve análise desta terceira função que exerce (e por incrível que pareça, ainda não a ultima), com a dificuldade que tem em ler um simples parágrafo escrito de forma jornalística, portanto nada rebuscado, vê-se que a concepção de qualquer forma literária emitida por ela deva se dar de forma semelhante.
            Ainda uma quarta função que prometeu exercer com segurança, pelo menos na hora de dizer que queria assumir o cargo, é a produção geral e produção executiva de curtas-metragens, mas será que ela sabe o que fazem os produtores gerais e executivos? Num marasmo imprescindível e uma debilidade comunicativa exacerbada ela inicia sua jornada a frente de um projeto complexo como se fosse uma brincadeira de casinha de menininhas de oito anos da classe C que emerge economicamente, mas jamais intelectualmente.
            Desculpem se extrapolei os limites de caracteres de um microconto, que eu não sei qual é, mas a quantidade de funções exercidas pela pessoa em questão foi a real responsável pelo possível crime de formato literário, que eu não sei se de fato existe, mas que tem como decorrente de qualquer condenação possível o Dalton Trevisan, que é o escritor da mesma cidade que a personagem deste texto.

Diego Marcell

17-04-13

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