Este
é um nome conceitual, na busca sempre frustrante em se batizar uma banda,
queríamos fugir dos clichês da língua inglesa dados às bandas de hard core,
então indo atrás de nossas raízes assim como Oswald de Andrade fomos tentar uma
expressão tupi, mas nem este, nem o latim e o grego conseguiram nos dar uma
resposta, em verdade pela nossa falta de conhecimento de nossas línguas mãe. Então
decidi que este seria o slogan ideal desta banda, não pensava nem em hipótese
que viesse a ser o nome, mas de uma banda que teria na performance e em signos
como o cinza e o concreto suas inspirações mais que na própria música, e onde
músicos desqualificados é que fundam tal ato, por tudo este nome cabe.
Esta
banda brota de uma Curitiba fria em oposição à “cidade sorriso” e à “capital
modelo”, termos que não acreditamos serem reais, se esta cidade “verde” possui
a banda mais bonita, a cidade cinza e deslocada merece o (des)qualitativo (–)
já que todos querem se colocar como (+) isso ou aquilo. Não vimos na historia
que dentes a mostra resolveram algo, mas também não louvamos a guerra como
sinônimo de mudança, na verdade o niilismo é o único ponto de virada da vida,
da vida do individuo, e a ironia o único suco a que se bebe sabendo os
benefícios e malefícios, pois sabe que ambos existem, enquanto os que sorriem e
os que fazem a guerra são unidimensionais. A decadência não é a esperança como
imaginavam aqueles punks, mas é a imanência da realidade tanto física quanto
abstrata.
Este
nome nos permite nos apresentarmos como “nós somos menos que uma banda”, mas
também permite aos povos de outras línguas universalizarem à abreviação MQUB,
numa hipotética manifestação além Cury-tiba-na.
Esta
banda que surge sem ao menos ter todos os integrantes e sem ao menos ter se
encontrado com instrumentos em punho se compromete à atitude (meta)artística em
somente expressar conteúdos autorais (salvo remixes metalinguísticos) já que de
outra forma não vemos sentido o fato de se ter “banda de música”.
Menos
que uma banda não quer ser politicamente correto ou incorreto, quer apenas ser
sincero, tanto é que escrevo tais constatações na madrugada de uma recém
chegada sexta-feira sem dar parecer algum aos demais integrantes, que no
momento são apenas um.
Um
manifesto pode ser uma coisa ultrapassada e tanto incomum a uma banda, mas num
mundo repleto de fragmentos vazios que são tomados como absolutos pelos que
estão no mesmo nível que eu, vindo de cima as referencias anônimas, onde os
profetas Adorno e Horkheimer se fossem santos e estes tivessem legalidade no
mundo espiritual-pop então mandariam
suas respostas em forma de fenômenos culturais, mas não, nossos “semelhantes”
estão louvando a opinião infundada, querendo a glória (doxa) vazia, num
conglomerado de nadas, por isso nossa banda remete a este Nada e ao termos
consciência desta ausência é que teorizamos à moda Aristotélica e apresentamos
o conhecimento antecipado de qualquer fragmento e acaso que esta banda possa
gerar em sua minoridade artístico-existencial perante ondas cósmicas.
Diego Marcell
20 de setembro de 2013
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