5.10.12

Reflexões sobre a moda



            Tem que existir a moda, a moda de estações, porque quando cai no corpo do povo este sem ter senso de estilo esculacha com todo um trabalho ao banalizá-lo na uniformização dos balaios que copiam de forma tosca a passarela, sendo que a passarela trás um projeto de conteúdos e pesquisas que o povo não tem noção do que seja.
            Tanto é assim que pessoas do povo costumam rir e criticar das novidades, mas a partir do momento que a vizinha começa a usar um modelito agora disponível no bairro, a invejosa logo quer um igual, ela também deseja “estar na moda” e aquilo já não lhe é ridículo, porque a partir do momento que verdadeiramente o modelito banalizado se torna ridículo diante da Moda, ele deixa de ser para aqueles que acessam de forma banal, sem referencia de moda, ela parte ao desejo do objeto a partir de referencias muito próximas e destituídas de criticidade, ou seja, a vizinha, a filha, ou a novela.
            A partir do momento que há esta inversão de valores no que é moda, para a Moda todo o trabalho está encerrado e é preciso começar do zero (apesar de que em moda não exista ponto zero), agora o que se vê nas ruas são carcaças sem vida do que foi a moda, onde a falta de referencias que é inerente ao povo (massa) permite a distinção da usualidade daqueles que não se prendem a passarela, mas à anteveem pela vivacidade do espírito da Moda em seus espíritos de referencias; estes são espectros eternos de onde a Moda bebe sua luz e come suas formas. Eles são para a moda, a moda é para a moda e o povo é para o efêmero.

Diego Marcell
28-04-2012

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