Para Platão o Facebook é o mundo
perfeito, onde a idéia de ter todos os amigos juntos, em tempo real, curtindo e
compartilhando são evidencias platônicas; mas como eu, neste aspecto sou
aristotélico, prefiro tê-los junto a mim num ambiente material e deixar o
Facebook para a teoria da comunicação ou para a nova fase da filosofia da
linguagem em Wittgenstein.
            O Facebook foi a derrocada da
carreira de Nietzsche, quando pensava ele ter chego ao “homem transbordante”
eis a novidade que lhe atrai, lhe prende e lhe dá novo vicio. Vivendo dos
antigos textos, agora reproduzidos junto a uma estratégia Che Guevariana de se divulgar uma foto em seu melhor ângulo,
Nietzsche na realidade atravessa os dias conectado ao “Face”, vivendo de miojo
e Coca Light, seu bigode já não penteia, amanhece como uma vassoura velha picotado
de farelos de Pipoteca, Nietzsche começa a definhar e sua “vontade de potência”
parece esvair numa loucura que brota não sabe da onde e toma conta do seu ser.
            Sócrates por sua vez, jamais fez seu
Facebook, o máximo que possuía era um email pessoal para manter contato com
seus discípulos mais distantes, somente estes tinham o email do mestre, mas
eles mesmos se encarregavam por conta própria de espalhar as idéias socráticas pela
Rede.
            Descartes também não fez Facebook,
mas mantinha um blog de suas viagens e aventuras, onde colocava as reflexões tiradas
destes momentos. Acesse www.descarteslaroute.com
            Voltaire piadista como sempre,
montou no Facebook uma pagina cômica onde divulga piadas e tirinhas, todas com
muita ironia política, além de algumas frases sérias que fazem o mundo pensar.
            Santo Agostinho disse que o Facebook
está contaminado pelo pecado e citou Romanos 3. 23.
            Deve ser por isso que o dono do
Facebook disse que os brasileiros estão estragando esta ferramenta, já não se
usa com inteligência, mas como de costume nacional tupiniquim, gostamos de
explorar até a alma das coisas, deixá-la nua, esfregá-la na lama e revirá-la do
avesso para usar mais um pouco; gostamos como brasileiros, de expor nossas opiniões
tão cheias de verdades que desconhecemos a fundo, como se nossa razão fosse a razão
do universo, como ateus esculhambamos deus, como crentes poluímos de crendices
a tela numa tentativa forçada de conversão, como moralistas colocamos belas
mensagens de ações que jamais faremos na vida real, ou mensagens sobre a vida
que jamais viveremos. Fazemos montagens que denigrem a mulher, que exaltam os
deuses Brama, Skol, Kaiser, Antártica e os novos deuses de outros povos que
agora habitam entre nós. Amamos carros, piadas escrotas, e outras maravilhas do
ego. Citamos frases de livros que nunca lemos e como brasileiros nunca leremos,
e tudo por que mudamos nossas vidas para a tela do Facebook, passamos mais
tempo nele e, portanto nos apropriamos dele, fizemos dele a nova Sodoma, onde Mark Zuckerberg sente vontade de lançar
uma chuva de fogo e transformar todos os usuários brasileiros em estatuas de
sal.
Diego Marcell
26-03-2012
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